Tela imaginada
Passos que dou no caminho do infinito
Seguindo as entranhas do meu instinto
Observo pálido e sereno a constante da vida
Ora apaixonada ora vivida de forma sentida
Sigo a luz que trespassa o meu vago olhar
Perdido nas horas que teimam em recuar
Mundo ao contrário num tempo travesso
Destino meu que nas estrelas professo
Vagueio entre a amarga sorte e o doce azar
Mergulhado entre o fruto proibido e o desejo de amar
Purpurinas, brilhantinas, dançantes bailarinas
Enclausuradas numa antiga caixa de música
Génios libertados numa lâmpada fundida
Airo a minha aura com os ventos do norte
Sigo a estrela da vida, abandono a sombra da morte
Não esmoreço, cresço e em ti ouso renascer, viver
Água, terra, fogo e ar
E tudo em mim é desejo de amar
Sigo viagem, liberto-me da velha bagagem
O sol brilha nos versos do meu poema amado
Caminhantes murmuram que estou apaixonado
Nas asas do vento deixo-me levar, suspirar
E ao fundo nesta minha tela pintada, imaginada
Ouço os cantantes pássaros a cochichar
Eles sabem quem é a minha amada