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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Ilusão

23.09.23, MM
Já não vejo o manto de estrelas que cobriam o céu Nem o por-do-sol que cobria o teu véu Desacreditei do amor, assim Folhas caídas num qualquer jardim Sem cor nem odor, carregadas de dor Da minha dor, do meu silêncio Mergulhado nas sombras do breu Que invadem a minha alma Nua, crua, sem essência Mera existência Perdida num qualquer lugar Sem versar o verbo amar   Já não vejo a primavera colorida Já não esvoaçam borboletas do meu estômago E eu sem âmago Vivo sem sentir o calor Ape (...)

Contemplar

12.04.23, MM
Contemplo no horizonte a passagem do tempo solar Dia que amanhece, dia que desvanece E é só mais um dia em que nada acontece   Contemplo nos segredos da noite o manto estrelar Desígnios escritos num papiro que lentamente envelhece Pensamentos aleatórios numa alma que se entristece   Contemplo o lusco-fusco absorvendo as ondas do mar Vazios ocultos num coração que solitariamente padece Gritos mudos que num silêncio sepulcral prevalece   Contemplo tudo aquilo que não posso contemplar (...)

Silêncios

29.06.22, MM
Silêncios Que na alma fazem gritos  Murmúrios de um vazio atroz  Suplícios na casa dos malditos Que no vácuo projetam a sua voz   Silêncios  De quem espera e desespera O passar dos dias avante Sem fantasia, sem quimera Sem um abraço reconfortante    Silêncios  Numa tela em tons de branco Memórias perdidas ao vento Contempladas num qualquer banco Numa vida sem qualquer alento   Silêncios  Feitos de revoltas contidas  Escritas em papiros de amarguras Sem asas para voar (...)

Já tudo fiz...

28.06.22, MM
Já dei amor a quem nunca o mereceu Já sofri por quem um dia se arrependeu Já fugi de quem me amou Já esperei por quem nunca voltou   Já me afoguei em lágrimas derramadas Já desesperei por palavras trocadas Já chorei em noites estreladas Já desiludi mulheres por mim apaixonadas    Já quis fazer amor a ver o mar Já desejei-te em noites de luar Já sonhei que me podias amar Já ousei perder-me no teu olhar   Já tudo fiz sem nada realizar Mar de emoções feito de ilusões Des (...)

Pauta musical

09.06.22, MM
Solto os acordes que prendem-me à vida Dedilhados em choros de melodias teimosas São lágrimas que no coração perfuram Sentimentos perdidos de uma vida sentida Entrelaçados nas cordas de tardes chuvosas Sonidos aleatórios que no tempo perduram   Viajo nas intermitências de uma pauta musical Caminhos tortuosos que me levam à tua essência Rendo-me aos encantos do canto primordial E no despir da alma, perco a decência Que eloquência  Visões extraordinárias perpetuadas no meu olhar (...)

Primavera, poesia e esperança

29.03.22, MM
E se o mundo da primavera fizesse esperança  E o sonido das armas fosse o riso de uma criança E se as palavras proferidas fossem apenas poesia Escrita nas entrelinhas nas ordens demandadas Canhões mágicos disparando apenas fantasia Corações atingidos por balas extravasadas Feitas de amor e alegria   E se o perfume da primavera chegasses aos corações Inércias de quem mata desconhecendo as razões Vidas desfeitas, almas imperfeitas Obscurantismo, sonambulismo, fanatismo E onde (...)

Silêncios

03.02.22, MM
Silêncios Murmúrios gritantes de uma alma revoltada Sentimentos perpetuados numa noite de luar Choros desassossegados pela pessoa amada Rasgando compulsivamente do dicionário o verbo amar   Silêncio! Que se cale a voz emanada do coração Sofreguidão, solidão, sempre a mesma ilusão Acabar o dia numa cama a chorar, desilusão Porquê? Diz-me apenas porquê Silêncios enclausurados numa vida imperfeita Caminhos descruzados em encruzilhadas perfeitas Acordar, adormecer, sonambulismos (...)

Silêncio da noite

19.10.21, MM
  Pessoas vivem alegremente de forma solitária Trancando os sentimentos numa presidiária Professam aos sete ventos que são independentes Que não precisam de ninguém, que não estão carentes   Pessoas vivem tentando manter um casamento Falsas aparências numa relação sem alento Fazem-no pelos filhos que são o mais importante O amor ardente, esse, tornou-se insignificante   Pessoas vivem atarefadas entre sonhos e ilusões Enterradas em projetos e novas ambições Sem tempo para (...)

E os ventos já não sopram...

27.08.21, MM
E os ventos já não sopram Barcos já não vão para o mar Velas já não são içadas Esmorece-se na maresia o olhar   E os ventos já não sopram No horizonte não há poeira no ar Silêncios dormentes que sufocam Almas que não conseguem acalmar   E os ventos já não sopram Já não fazem o balão voar Olhar triste de uma criança  Perdida em sonhos de encantar   E os ventos já não sopram Aprisionados em redemoinhos e furacões Tornados transformados em ilusões Deuses (...)

O que ouves no teu silêncio?

11.05.21, MM
  Quando o absoluto silêncio se instala, o que ouves? O palpitar revigorante do coração? Os pensamentos intrínsecos da alma? Ou apenas o vazio? Diz-me… Tu que tens certezas inabaláveis  Portadora de conhecimentos inigualáveis Vivências de sabedorias inimagináveis  Dogmas de verdades invioláveis Quando o silêncio se instala, o que ouves?   Mas será que sabes mesmo?  Como podes saber se não vives o que sinto Se apenas tens a teoria estereotipada Descrita em livros em (...)