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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Caio renasço e continuo o meu caminho

06.09.24, MM
Caio, renasço e continuo o meu caminho Os gatos tem inveja das vezes que já padeci Nas noites os morcegos sabem que não estou sozinho Carrego na alma todas as vezes que renasci   Caio, renasço e continuo o meu caminho Enfrento os meus demónios com uma taça de vinho Liberto a alma para mais um duelo E das pedras do caminho faço o meu castelo   Caio, renasço e continuo o meu caminho Procuro o amor debaixo de um azevinho Os deuses dizem que estou à beira da loucura Eros, Afrodite, (...)

Ficarei...

14.12.23, MM
Voltarei sempre nas noites de luar Alumiando por entre as trevas o teu caminho Luminescências cintilantes quando te vais deitar Viagem pelo mundo dos sonhos em tons de azul-marinho   Regressarei sempre no chilrear dos pássaros cantantes Absorvendo as tuas lágrimas caídas em lençóis dormentes Choros sufocados de um amor ausente Vida sofrida por quem não está presente   Reaparecerei nas noites frias de inverno Quando os cobertores forem insuficientes  Serei o aconchego que (...)

Murais

11.12.23, MM
Eu queria encontrar O amor em todas as avenidas Porque os corpos já só se deleitaram Embriagados na voz rouca dos ardinas Já não há mais sedução Para conquistar um coração Vale o ouro da glória Vendido á tentação Mas isso é uma outra história Que já ninguém quer contar Vivem do amor escrito em murais Partilhado exaustivamente em redes sociais   Eu queria viver Um amor como nos contos de fadas Mas “fadar” virou esquema De qualquer pessoa pouco amada E quem não entra (...)

Equilíbrio

16.03.23, MM
Vamos aos poucos perdendo o equilíbrio da vida. Quando nos perguntam se estamos bem, está supostamente predefinido dizer que sim, porque é isso que as outras pessoas esperam ouvir, de forma a que cada um possa prosseguir o seu caminho, sem aquele constrangimento de não ter tempo para ouvir os dramas e os dilemas de outra pessoas, tanto mais, que todos nós já carregamos a nossa cruz. Mas muitas vezes aquele "estou bem" é o primeiro grito de um apelo mudo mas desesperado à espera (...)

Deixar ir

04.12.22, MM
Naquele jardim há uma árvore, imponente, viçosa, como os seus ramos verdes, como se fossem longos braços estendidos, agradecendo ao sol pela dádiva da vida. Faz porto de abrigo para os passarinhos que ali cochicham animadamente, em rituais de sedução e de acasalamento. Faz sombra para os caminhantes que ali descansam antes de prosseguirem as suas jornadas. Mas é no aconchego da noite que é cúmplice e conhecedora dos mais íntimos segredos,  onde os amantes ali se encontram às (...)

O coração e a razão

10.11.22, MM
  Habitam em mim sentimentos que não consigo decifrar Bichinhos carpinteiros cozinhando o meu destino Que desatino Palavras enredadas em teias que não consigo soletrar Nem sílabas, nem frases, nem noites ao luar Somente uma dor, um ardor Inexplicável, implacável  Que trespassa o âmago do meu ser Sem amanhecer, sem anoitecer E eu, só queria saber a razão Das gaivotas fugirem da tempestade Ai que saudades De sentir o coração ao vento Perdido no tempo Voando nas asas da liberdade Sentind (...)

Pensamentos

06.11.22, MM
No que pensas quando bate a saudade E as luzes da cidade se apagam Onde os sonhos ganham as asas da liberdade E as almas em dormências se embriagam   No que pensas quando te envolves na tua almofada Segredos revelados de uma alma atormentada Que não dorme, chora Em silêncios afogados Ansiando a chegada da madrugada Que não chega, nem a alma aconchega Sentimentos aprisionados em calabouços zarpados Para alto mar, que ninguém pode chegar Inacessível ao que sente o coração Mas ele sente Ele não mente

Erotismos

16.09.22, MM
Será que me amas no silêncio da noite Por entre pensamentos divagantes Lusco-fusco no trilho dos amantes Onde cobres o teu corpo desnudado Com um majestoso manto feito de estrelas Suaves toques no teu segredo sagrado Onde até as princesas singelas  Cometem o seu íntimo pecado   Será que me amas no silêncio da noite Quando a lua ilumina o teu corpo desnudado Desejos proibidos ousando a emancipação Sentimentos aprisionados no coração Ansiando a libertação Procurando a satisfação Atr (...)

Olhos castanhos

16.07.22, MM
  Um dia seremos meros estranhos Sentados numa paragem de autocarro Vais ignorar os meus olhos castanhos Que um dia tanto quiseram-te amar E que hoje, são apenas memórias de barro   Um dia seremos meros estranhos Passeando numa qualquer avenida Corpos ignorando antigos desejos Vivências esquecidas de profundos latejos Guardados no fundo de uma arca esquecida   Um dia seremos meros estranhos  Vagueando num areal junto ao mar Corpos desnudados libertando erotismo Paixão ardente sem (...)

Passageiros

13.01.22, MM
Somos passageiros de um tempo que não passa Prisioneiros no tempo que por nós já passou Perdidos na escrita da nossa própria farsa Chorando tristemente por quem um dia nos abandonou   Contemplamos impávidos e serenos as marcas do rosto Lágrimas tatuadas por quem um dia partiu, que não ficou Mágoas amealhadas num coração em desgosto Frio gélido em pleno mês de agosto E eu aqui, agarrado ao ínfimo que me restou   Somos passageiros de um tempo que não passa Saindo a (...)