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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Equilíbrio

16.03.23, MM
Vamos aos poucos perdendo o equilíbrio da vida. Quando nos perguntam se estamos bem, está supostamente predefinido dizer que sim, porque é isso que as outras pessoas esperam ouvir, de forma a que cada um possa prosseguir o seu caminho, sem aquele constrangimento de não ter tempo para ouvir os dramas e os dilemas de outra pessoas, tanto mais, que todos nós já carregamos a nossa cruz. Mas muitas vezes aquele "estou bem" é o primeiro grito de um apelo mudo mas desesperado à espera (...)

Deixar ir

04.12.22, MM
Naquele jardim há uma árvore, imponente, viçosa, como os seus ramos verdes, como se fossem longos braços estendidos, agradecendo ao sol pela dádiva da vida. Faz porto de abrigo para os passarinhos que ali cochicham animadamente, em rituais de sedução e de acasalamento. Faz sombra para os caminhantes que ali descansam antes de prosseguirem as suas jornadas. Mas é no aconchego da noite que é cúmplice e conhecedora dos mais íntimos segredos,  onde os amantes ali se encontram às (...)

O Amor

03.12.22, MM
Não é que eu ande desacreditado do amor, pois essa, será sempre a minha eterna e derradeira esperança. Mas sinto que eu e o amor andamos desencontrados, como se o universo fosse dividido em duas partes temporariamente idênticas, mas eu que eu estou numa das partes e o amor na outra.  Por vezes tudo parece encaminhado e no entanto, em algum momento, por razões que a própria razão desconhece, os acontecimentos acabam por não fluir, o encanto parece desvanecer, como se todo o (...)

Desde quando

28.07.22, MM
Desde quando é que tens medo Desde quando o nosso amor virou segredo Desde quando perdemos a inocência E os mais puros sentimentos viraram indecência   Desde quando achas que universo nos separou Se as nossas almas se continuam a amar Os deuses dizem que a nossa história ainda não acabou E nas estrelas está escrito que juntos vamos ficar   Desde quando deixei de fazer parte dos teus pensamentos E jogaste as nossas promessas de amor aos sete ventos Murmurávamos ao tempo que juntos (...)

Esquecimento

15.05.22, MM
Fiquei esquecido nas memórias do esquecimento Em claustros sombrios numa alma dormente Labirintos anestesiados com o meu tormento E por ali vagueio, solitariamente Um dejavu, uma quimera Inverno que nunca será Primavera  Memória austera Que ninguém quer lembrar, esquecer Lembrança penada que teima em não desaparecer   Fiquei esquecido na memória do esquecimento Partículas fragmentadas lançadas ao vento Aguardando a chegada do nosso tempo Que nunca aconteceu, esmoreceu E perdido (...)

Um amor assim

25.04.22, MM
Amor que cruzas oceanos de paixão  Sentimentos perfumados em papoilas delirantes Escovação borboletas do estômago ao coração  E então? Qual é o mal de sentir estrelas cintilantes Halos luminosos carregados de sensualidade Nebulosas curiosas transportando átomos de paixão Percorrendo corpos celeste em jogos de sedução E no rasto de um cometa, eterniza-se a saudade   Amor que transformas palavras em poesia Sons estridentes em suaves melodias Que heresia! Exclamam os supostos (...)

Primavera, poesia e esperança

29.03.22, MM
E se o mundo da primavera fizesse esperança  E o sonido das armas fosse o riso de uma criança E se as palavras proferidas fossem apenas poesia Escrita nas entrelinhas nas ordens demandadas Canhões mágicos disparando apenas fantasia Corações atingidos por balas extravasadas Feitas de amor e alegria   E se o perfume da primavera chegasses aos corações Inércias de quem mata desconhecendo as razões Vidas desfeitas, almas imperfeitas Obscurantismo, sonambulismo, fanatismo E onde (...)

Tentei escrever...

14.02.22, MM
Tentei escrever nas linhas do infinito Palavras que não vinham no dicionário E no entanto, no meu imaginário Fluíam sílabas entrelaçadas em Sânscrito Mantra, Karma, Reencarnação Universo, Matéria, Reconciliação Alma, Corpo, Espírito Evocação, Elevação Transe hipnótico em murmúrios de paixão Corpos desnudados em antros de perdição Luz própria brilhando na escuridão   Tentei escrever no algoritmo temporal Reescrevendo a história jamais contada Dos amantes que (...)

Silêncios

03.02.22, MM
Silêncios Murmúrios gritantes de uma alma revoltada Sentimentos perpetuados numa noite de luar Choros desassossegados pela pessoa amada Rasgando compulsivamente do dicionário o verbo amar   Silêncio! Que se cale a voz emanada do coração Sofreguidão, solidão, sempre a mesma ilusão Acabar o dia numa cama a chorar, desilusão Porquê? Diz-me apenas porquê Silêncios enclausurados numa vida imperfeita Caminhos descruzados em encruzilhadas perfeitas Acordar, adormecer, sonambulismos (...)