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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Equilíbrio

16.03.23, MM
Vamos aos poucos perdendo o equilíbrio da vida. Quando nos perguntam se estamos bem, está supostamente predefinido dizer que sim, porque é isso que as outras pessoas esperam ouvir, de forma a que cada um possa prosseguir o seu caminho, sem aquele constrangimento de não ter tempo para ouvir os dramas e os dilemas de outra pessoas, tanto mais, que todos nós já carregamos a nossa cruz. Mas muitas vezes aquele "estou bem" é o primeiro grito de um apelo mudo mas desesperado à espera (...)

Silêncios

29.06.22, MM
Silêncios Que na alma fazem gritos  Murmúrios de um vazio atroz  Suplícios na casa dos malditos Que no vácuo projetam a sua voz   Silêncios  De quem espera e desespera O passar dos dias avante Sem fantasia, sem quimera Sem um abraço reconfortante    Silêncios  Numa tela em tons de branco Memórias perdidas ao vento Contempladas num qualquer banco Numa vida sem qualquer alento   Silêncios  Feitos de revoltas contidas  Escritas em papiros de amarguras Sem asas para voar (...)

Roda-viva

30.05.22, MM
Já faz algum tempo que simplesmente não consigo vir aqui, nem a este meu pequeno espaço, que também é o meu porto de abrigo, nem espreitar outras leituras que tanto me inspiram, mas recentemente a minha vida tornou-se numa roda-viva de emoções. Se os primeiros meses foram pautados por uma constante rotina frenética, em que os acontecimentos mais relevantes eram pautados pela nova  localização de um jogo ou peça de teatro. Ou seja, tudo em torno dos filhos. Acordar os (...)

Somos pedaços de tudo, pedaços de nada

12.10.21, MM
Somos pedaços de tudo, pedaços de nada Forças imbatíveis da natureza caídos em terra molhada Lamaçal, pantanal, areias movediças Absorvendo o bem e o mal Simbiose entre deus, homem e o animal Força bruta emanada em pele de cristal Guerreiros invencíveis em almas quebradiças   Somos corpos perfeitos suportando corações fragmentados  Seres cósmicos vagueando em sentimentos desalentados Almas perdidas, vencidas, escondidas em fantasias pervertidas Satisfazendo egos em (...)

Abismo

27.05.21, MM
  Contemplo no horizonte o meu abismo Emaranhado em teias de psiquismo  Penetro nas tormentas da minha alma Entro, saio e vou fluindo E nas torrentes turvas onde não há calma Há uma paz interior me seguindo   Mergulho num mar de papoilas  Sem atrever-me a provar do seu chá  Mas a hipnose já está dentro de mim Entranhada no seu perfume a jasmim E apenas digo ya ya ya Só apenas balelas cantadas em becos e vielas Corpos profanados em camas de cetim E eu aqui estou assim assim Con (...)