Somos pedaços de tudo, pedaços de nada
Somos pedaços de tudo, pedaços de nada
Forças imbatíveis da natureza caídos em terra molhada
Lamaçal, pantanal, areias movediças
Absorvendo o bem e o mal
Simbiose entre deus, homem e o animal
Força bruta emanada em pele de cristal
Guerreiros invencíveis em almas quebradiças
Somos corpos perfeitos suportando corações fragmentados
Seres cósmicos vagueando em sentimentos desalentados
Almas perdidas, vencidas, escondidas em fantasias pervertidas
Satisfazendo egos em eloquências carnais
E no entanto, meros passageiros triviais
Professamos palavras ocas como se fossemos divindades
Néctar dos deuses projectados nas suas infidelidades
Arcamos a culpa religiosamente
Pecadores, sedutores, sonhadores
Iludindo o templo dos grandes senhores
Prisioneiros às memórias do antigamente
Movemos-nos silenciosamente por entre os átomos indefinidos
Matéria vazia projetada em universos malditos
Gritando ao mundo sons imperceptíveis
Em lamentos e murmúrios audíveis
Contradições, ilusões, maldições
Forças imbatíveis da natureza caídos em terra molhada
Somos pedaços de tudo, pedaços de nada