Somente eu
Já tentei escrever nas linhas do destino o poema perfeito
Implorando aos céus para que fosse eu o teu eleito
Mas os meus versos não tocaram no teu coração
Já tentei desvendar os segredos da alquimia do amor
Transformar em alegria o que era a tua dor
Mas a metamorfose era feita apenas de ilusão
Já tentei entender a infindável leveza do ser
Entrar no teu mundo para melhor te conhecer
Mas fizeste das portas da tua alma a minha prisão
Já desejei preparar-te um jantar à luz das velas
Eloquências amorosas como nas novelas
Mas o meu beijo não fluiu nas melodias da tua canção
E assim vou escrevendo nos trilhos, nos murais
Palavras sentidas eternizadas num amor de verdade
Sentindo a tua falta, preso à saudade
De te ter, de te ver, de te sentir
Da tua voz ouvir
Mas não sou teu
Não sou o dono do teu coração
Nem o motivo da tua paixão
E assim vou escrevendo nos trilhos, nos murais
Palavras que achas triviais
E hoje caminho, sozinho
Tão somente eu…
Tão somente eu…