Silêncios
Silêncios
Murmúrios gritantes de uma alma revoltada
Sentimentos perpetuados numa noite de luar
Choros desassossegados pela pessoa amada
Rasgando compulsivamente do dicionário o verbo amar
Silêncio!
Que se cale a voz emanada do coração
Sofreguidão, solidão, sempre a mesma ilusão
Acabar o dia numa cama a chorar, desilusão
Porquê?
Diz-me apenas porquê
Silêncios enclausurados numa vida imperfeita
Caminhos descruzados em encruzilhadas perfeitas
Acordar, adormecer, sonambulismos sem sequer viver
E onde para o amor?
E onde está o teu amor?
Silêncios
Que a noite não acalma
A alma
Sorrisos rasgados com brilho no olhar
Segredos que não se podem revelar
Estão guardados numa caixa de pandora
Aguardando pacientemente que chegue a hora
Aquela hora sagrada de gritar o nome da pessoa amada
Como num conto de fadas em teias amarradas
Libertar a dor, viver um grande amor
Ansiando aquele momento com ensejo
Em que os murmúrios serão silenciados com um beijo
Ardente, com desejo
De nos teus braços me envolver
De no silêncio da noite ao teu lado adormecer
Silêncios…