Se alguém perguntar por mim
Se alguém perguntar por mim
Diz apenas que talvez ande por aí
Feito folha caída outonal
Esvoaçando livremente no temporal
Talvez até possa andar molhado
Talvez digam que fui contrariado
Entre ventos rasgados ou perdido na lamaçal
Mas não sei se estarei assim tão mal
Pouso em sorrisos ardentes
Escondendo almas dormentes
Corpos que se beijam
Em corações ausentes
Olhos que brilham em pensamentos distantes
Daqueles que desejavam ser amantes
Se perguntarem por mim
Talvez não volte mais
Talvez seja apenas uma simples gotinha
Que no oceano não é nada demais
Mas talvez possa a sede matar
Ou fazer algo transbordar
Talvez não seja ninguém
Ou talvez seja alguém
Que ousou viver em liberdade
A liberdade de amar
Mesmo que o preço a pagar
Seja andar por aí
Vagueando entre a esperança e a saudade
E talvez um dia perguntem por mim...
Poesia solta II