Ponto de partida
Tento rimar nas rimas que a vida me dá
E a rimar persigo o meu caminho
Dos meus sonhos o universo zelará
E mesmo que as rimas não rimem
Entro e saio de fininho
Que eu não me meto na vida alheia
Quero é ver os meus filhos numa mesa cheia
E nas noites de luar
Quero as rimas de um sonho de encantar
Que eu não desisto de um amor
De verdade, pois claro
Que eu não quero rimas fora do verso
Nem relações roçando o perverso
Quero a calmaria das tardes quentes
O doce balanço das paixões ardentes
Que o amor não são cinco minutos de tesão
São coisas que só sente com o coração
E eu já só quero viajar
Para além do que a vista consegue alcançar
E teimo, não desisto, insisto, persisto
E sem nunca deixar de rimar
Faço ouvidos moucos às bocas que possam mandar
Que não saciam as bocas que estou a alimentar
Grão a grão
Passo a passo, a compasso
Na fé, na esperança, nos sonhos de criança
Que o melhor ainda está para chegar
Sereno o espírito e sorrio para a vida
E das rimas presas eu faço um motim
Muitos julgavam que tinha chegado o meu fim
Mas este é apenas o meu ponto de partida