Perdido no teu abraço
Caio desamparado
Num céu que não tem limites
Viajando num cavalo alado
Por entre nuvens esfumaçado
Feitas de estalactites e estalagmites
Magmas e lavas ardentes
Névoas envolvidas em maresia
Gritando palavras de heresia
Numa queda carregada de harmonia
De sonhos e fantasia
Esvoaçando por entre luzes cintilantes
Que brilhando a compasso
Invocam o templo dos amantes
Em melodias de pássaros cantantes
E numa queda que parece não ter fim
Envolvido em lençóis de cetim
Caio desamparado no teu abraço
Ansiando que este nó vire um laço
Mas já estou desmaiado
Vivendo num eterno pecado
Ousando o teu amor
Um pouco de teu calor
Talvez um beijo apaixonado
Que me devolva à vida, minha querida
E num último fôlego
Tento roubar-te um beijo
Neste meu secreto desejo
E tu,
Embalas-me mais um bocado
E quando tudo parece acabado
Sinto os teus lábios nos meus
Ardências, cadencias, fluorescências
Palpitações de dois corações
Batendo no mesmo compasso
Perdido no teu abraço
Meu amor...