Olhos castanhos
Um dia seremos meros estranhos
Sentados numa paragem de autocarro
Vais ignorar os meus olhos castanhos
Que um dia tanto quiseram-te amar
E que hoje, são apenas memórias de barro
Um dia seremos meros estranhos
Passeando numa qualquer avenida
Corpos ignorando antigos desejos
Vivências esquecidas de profundos latejos
Guardados no fundo de uma arca esquecida
Um dia seremos meros estranhos
Vagueando num areal junto ao mar
Corpos desnudados libertando erotismo
Paixão ardente sem qualquer eufemismo
Na ânsia contida de te tocar
E por fim, nos teus braços me perder
Ir ao fundo de ti e enlouquecer
Mas seremos meros estranhos
E mais uma vez, sem sensatez
Ignorarás os meus olhos castanhos