Meio século!
Nesta vida passageira
Ostento a minha bagagem
Talvez pesada, talvez ligeira
Por vezes frontal
Outras, quem sabe, apenas uma miragem
Recordações de tempos vividos
Do fogo que em mim ardia
Ânsias do mundo querer conquistar
Mas bem lá no fundo
Só desejava te poder conquistar
Poemas sentidos
Sílabas vadias
Sentimentos escondidos
Que nunca cheguei a revelar
Passa o tempo na manhosice dos ponteiros
Perecem errados mas sempre certeiros
Meio século de batalhas insanas
Cair, morrer, voltar a renascer
Qual gato de sete vidas
Quais Fénix renascidas
E eu renascendo sempre para o amor
Para as coisas do coração
Mas de tanto querer amar
Apenas encontrei a solidão
Que chatice
Que maçada
Não poder adormecer
Ao lado da pessoa amada!
Meio século já cá canta
Meio século ninguém me tira
Mas a noite ainda é uma criança
E a madrugada não é metediça
Nos acontecimentos da vida passada
Esperanças renascidas
Neste dia de comemoração
Onde ainda há sonhos para viver
Objetivos a conquistar
Um amor, uma cabana
Passear de mãos dadas à beira mar
Porque no fundo eu sei
Que o melhor, esse, ainda está para chegar!