Já não sinto..
Já não sinto a eloquência das manhãs frenéticas
Onde da alma brotavam silenciosamente palavras poéticas
Ânsias intemporais que nas linhas do tempo ousava escrever
Sentimentos eternizados no amanhecer que não consegui viver
Já não sinto o corpo ardendo de desejo, do ensejo do teu beijo
Já não sinto a alma cintilando, extravasando, voando
Já não sinto corpo, já não sinto a alma, apenas estados hipnóticos
Sonambulismos traçados por caminhos caóticos
Sem rumo nem direção
Sem sem vontade nem emoção
Aguardando o destino fatal
Traçado nas curvas da minha solidão
Em estradas vivenciadas na desilusão
Já não sinto vontade do choro afogar
Lágrimas escorridas que o fogo conseguiu apagar
Palavras imaginadas que no meu caderno esmoreceram
Fechadas, trancadas, eternizadas no vazio constante
Poesias desfragmentadas pelo vento agora cortante
Sentenciando esta história eternamente