Esquecimento
Fiquei esquecido nas memórias do esquecimento
Em claustros sombrios numa alma dormente
Labirintos anestesiados com o meu tormento
E por ali vagueio, solitariamente
Um dejavu, uma quimera
Inverno que nunca será Primavera
Memória austera
Que ninguém quer lembrar, esquecer
Lembrança penada que teima em não desaparecer
Fiquei esquecido na memória do esquecimento
Partículas fragmentadas lançadas ao vento
Aguardando a chegada do nosso tempo
Que nunca aconteceu, esmoreceu
E perdido no teu olhar,
Assim fiquei eu, petrificado
Desejo proibido de ser o teu amado
Mas não aconteceu, esqueceu
E hoje, sou apenas um espectro da invisibilidade
Nebulosa espinhosa presa na saudade
E nas memórias do tempo absorvido
Mero fragmentos que um dia ficou perdido
Enclausurado, sem qualquer alento
Fragmento esquecido nas memórias do esquecimento