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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Entre estações

14.01.23, MM

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Não me procures nos dias frios de inverno

Se em ti não houver chama que eu possa acender

Nem dos dias quentes de verão

Se o meu toque não fizer a tua pele arrepiar

Procura-me quando a minha saudade em ti bater

Sufocos ritmados de um coração a palpitar

Na ânsia urgente dos meus lábios beijar

 

Não me procures na ilusão das quentes cores outonais

Nem nas sedutores tardes primaveris 

Onde os passarinhos cochicham coisas banais

E as minhas poesias são apenas palavras triviais

Procura-me o ano inteiro em qualquer lugar

Nos campos floridos ou nas noites de luar

Nos trilhos abandonados ou em céus estrelados

Procura-me quando sentires o amor a arder dentro de ti

Fogo ardente de um coração a explodir

De amor, de paixão, de desejo, de tesão

Desejos secretos de em mim queres te vir

 

Não me procures para falar de canções de amor

Se apenas pretendes esconder a tua própria dor

Nem despertar em mim sentimentos 

Se só puderes alimentar sofrimentos

Nem tão pouco apelar ao meu coração

Se apenas quiseres matar a solidão

Procura-me no infinito das noites celestiais

Dedos cruzados, corpos entrelaçados

União perfeita em gritos ofegantes

Prazeres carnais 

Em caminhos luxuriantes 

Eu em ti e tu em mim

Penetrando o teu doce jardim

Até fazer as estrelas corar

Procura-me entre estações

No ocaso e no crepúsculo

Onde os sonhos não são ilusões

E no entardecer

Ver o sorriso no teu rosto

De felicidade, de verdade

De nos meus braços matares a tua saudade

Jantar à luz das velas ao som das ondas do mar

Procura-me antes da estação terminar...

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