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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

E os ventos já não sopram...

27.08.21, MM

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E os ventos já não sopram

Barcos já não vão para o mar

Velas já não são içadas

Esmorece-se na maresia o olhar

 

E os ventos já não sopram

No horizonte não há poeira no ar

Silêncios dormentes que sufocam

Almas que não conseguem acalmar

 

E os ventos já não sopram

Já não fazem o balão voar

Olhar triste de uma criança 

Perdida em sonhos de encantar

 

E os ventos já não sopram

Aprisionados em redemoinhos e furacões

Tornados transformados em ilusões

Deuses zangados, irados, atormentados

 

E os ventos já não sopram

Nem contra nem a favor

Águas paradas ardendo em fervor

Caricias que ficaram por entregar

Letras escritas num avião de papel

Declarações, paixões, e outras malícias

Escritas com tinta a saber a mel

Percorridos em caminhos proibidos

Ora esborratados, ora tingidos

Palavras sentidas perdidas no ar

Que a ti não conseguem chegar

Ficaram encalhadas junto ao mar

Reflexos de um coração sofredor

Mas os ventos já não sopram

Aguardam a tua chegada, amor!

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