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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Desisto de ti

16.02.25, MM

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Desisto de ti 

Como o mar desiste da areia

E os pássaros já não regressam na primavera

Que tragédia! Que blasfémia!

Não ter do destino a rédea 

Que desatino!

E que me dera

Que desistir fosse apenas uma quimera

Melodias errantes no canto de uma sereia

Que se apaixona pelo seu interlocutor

Apregoando em praça cheia

Dor não!

Sim ao amor!

 

Desisto de ti

Porque o tempo não avança

Ficou empancado no relógio ancestral

Que chatice!

Que sentimental 

Ainda te olhar com os olhos ternos de uma criança 

Que encantado fica na tua presença 

Apaixonado pela tua essência 

 

Desisto de ti

Como o calor desiste do verão  

E as abelhas desistem da polinização 

Desisto sem saber como nem porquê 

E eu só te queria oferecer um buquê 

De fores, pois claro

Que os ramos querem-se lançados do altar

Para quem os deseja apanhar

E eu? Só te desejo amar

De alma, de coração 

De intensa paixão

E se ainda quiseres fazer parte de mim

Prometo de ti não desistir

Que o melhor ainda está por vir

Beijos trocados no nosso jardim