Desisto de ti
Desisto de ti
Como o mar desiste da areia
E os pássaros já não regressam na primavera
Que tragédia! Que blasfémia!
Não ter do destino a rédea
Que desatino!
E que me dera
Que desistir fosse apenas uma quimera
Melodias errantes no canto de uma sereia
Que se apaixona pelo seu interlocutor
Apregoando em praça cheia
Dor não!
Sim ao amor!
Desisto de ti
Porque o tempo não avança
Ficou empancado no relógio ancestral
Que chatice!
Que sentimental
Ainda te olhar com os olhos ternos de uma criança
Que encantado fica na tua presença
Apaixonado pela tua essência
Desisto de ti
Como o calor desiste do verão
E as abelhas desistem da polinização
Desisto sem saber como nem porquê
E eu só te queria oferecer um buquê
De fores, pois claro
Que os ramos querem-se lançados do altar
Para quem os deseja apanhar
E eu? Só te desejo amar
De alma, de coração
De intensa paixão
E se ainda quiseres fazer parte de mim
Prometo de ti não desistir
Que o melhor ainda está por vir
Beijos trocados no nosso jardim