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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Ausências, intermitências, delinquências

01.07.21, MM

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Ausências, intermitências, delinquências

Divagações vãs do meu estado de espírito

Em clausuras trancado aguardando o veredito

Qual pecado capital possa ter cometido

Nesta ânsia que não me deixa viver

Nesta agonia que só me faz sofrer

 

Como posso eu escrever sem musa de inspiração?

De que vale os acordes de uma canção

Sons chorados da minha singela viola

Em perfumadas serenatas tocadas ao luar

Se nem a minha alma consola

Se nem a minha música te faz apaixonar

 

Debruço-se sobre o caos que em mim habita

Em latentes palavras letra à letra esculpidas

Numa tela, num mural, em papiro

Mensagens pensadas e repensadas

Receios, angústias, frustrações

Perdido numa folha branca carregada de ilusões

 

Ausências, intermitências, delinquências

Sentimentos confusos, obtusos

E nesta ausência de clarividências

Perco-me em secretos desejos, ensejos

Ardências, pungências, roupas em transparências

Sedução, erotismo, amor com paixão

Fusão de corpos desnudados ao luar

Gritos ecoados nos murmúrios do mar

E por fim

no nosso jardim

abraçar-te

amar-te

tão simples assim!

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