Ausências, intermitências, delinquências
Ausências, intermitências, delinquências
Divagações vãs do meu estado de espírito
Em clausuras trancado aguardando o veredito
Qual pecado capital possa ter cometido
Nesta ânsia que não me deixa viver
Nesta agonia que só me faz sofrer
Como posso eu escrever sem musa de inspiração?
De que vale os acordes de uma canção
Sons chorados da minha singela viola
Em perfumadas serenatas tocadas ao luar
Se nem a minha alma consola
Se nem a minha música te faz apaixonar
Debruço-se sobre o caos que em mim habita
Em latentes palavras letra à letra esculpidas
Numa tela, num mural, em papiro
Mensagens pensadas e repensadas
Receios, angústias, frustrações
Perdido numa folha branca carregada de ilusões
Ausências, intermitências, delinquências
Sentimentos confusos, obtusos
E nesta ausência de clarividências
Perco-me em secretos desejos, ensejos
Ardências, pungências, roupas em transparências
Sedução, erotismo, amor com paixão
Fusão de corpos desnudados ao luar
Gritos ecoados nos murmúrios do mar
E por fim
no nosso jardim
abraçar-te
amar-te
tão simples assim!