Amor remanescente
Porque são os sonhos tão difíceis de realizar
Porque é o amor tão difícil de encontrar
Pergunto eu às estrelas cadentes
Se há um amor remanescente
Que em mim ainda possa brotar
Sigo os trilhos dos antigos amantes
Num mapa astral ainda por desenhar
Que triste sina a minha
Que fado inusitado
Amar tanto alguém
Que no entanto, porém
Não me pode ter como seu amado
Manipulo a bola de cristal
Desalinho as estrelas e os planetas
Viajo para além do cabo das tormentas
Desafio o mar e o vendaval
Rasgo os papiros dourados
Invoco os deuses irados
Sereno
Choro compulsivamente
A almofada é minha confidente
Deixo fluir o que estou a sentir
Em verdade, na saudade
Só queria um abraça teu
Antes de dormir…