A carta que nunca pensei te escrever
Cai mais uma lágrima sobre o papel já molhado
Nesta carta que entre soluços te estou a escrever
Embalado na melodia da música que era a nossa vez
E no entanto, hoje, só queria perder a sensatez
Aparecer à janela do teu quarto apenas para te ver
Mas não posso, estás inacessível
Um amor proibido e no entanto, inesquecível
Foste luz na minha vida quando estava assombrada
Nuvens afugentadas com o teu sorriso iluminado
Confidente, amiga, só não foste a minha namorada
E neste limbo que foi o nosso amor
Vivido entre a luz e o pecado
Eternizado naquele nosso abraço
Onde pude sentir um pouco do teu calor
Naquele quase beijo devasso
Pediste-me para parar, para te esquecer
Esquecer? Talvez isso nunca venha a acontecer
Sei que te amo, sei que me amas
Sei que gostava de contigo casar
Adormecer e acordar
Invadir-te no banho, preparar-te o jantar
Cuidar de ti, mimar-te
Mas não vou fazer dramas
Não vou mais insistir
Chegou a hora de desistir, de te deixar partir
Na impossibilidade de contigo viver
Talvez até me venha arrepender
Mas não posso mais te prender
Adeus meu amor, despede-se o teu trovador
Esta é a carta que nunca pensei te escrever