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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Quando a noite cai

20.05.25, MM

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Quando a noite cai

A alma adormece

O espírito sai

Rumo à liberdade

Magia acontece 

Nas montanhas da saudade

São seres de luz

Em corpos entrelaçados 

Envolvidos em beijos e abraços 

Amores proibidos no mundano

Que insano!

Ver sentimentos retidos no quotidiano 

Que ganham vida depois do adormecer

Morrer, renascer

Uma vida para além da vida

Aura sentida

Seres de luz

Vagueando nas asas do vento

Para além do tempo

Para além do espaço 

Eternos amantes

Corpos fundidos

Numa dança sensual

Sentimentos despidos

Sem culpa, sem censura 

Sem um ponto final

A alma adormece

O espírito sai

Magia acontece

Quando a noite cai

Cartas de amore em três atos - 3º

15.05.25, MM

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Cartas de amor

Perfume de quem as escreve

De quem se atreve

A declamar sílabas tontas

Desvairadas, doidas varridas

Que mesmo sem rimar

Fazem o coração palpitar

 

Cartas de amor

Escritas com calma

De quem deseja alimentar a alma

De um amor maior

De um desejo superior 

De uma paixão arrebatadora

Palavras cálidas numa carta sedutora 

 

Cartas de amor

De quem as deseja receber

Palavras que acalentam o peito 

Frases sentidas que batem de um tal jeito

Num desejo de correr, de voar

Pelos campos, atravessando oceanos

Cair nos braços da pessoa amada

Adormecer, acordar

Fechar os olhos e sussurrar:

Carta de amor abençoada

Cartas de amor em três atos - 2º

14.05.25, MM

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Será que ainda há cartas de amor

Sentimentos declamados na eternidade 

Verbos conjugados pelo pronome “nós”

Criar laços, desatar os nós 

Amenizar a dor, viver na prosperidade 

 

Será que ainda há cartas de amor

Subtilezas encantadas de uma flor

Sorrisos tontos que fazem suspirar 

Borboletas desvairadas pairando no ar

Corações sedentos de calor 

 

Será que ainda há cartas de amor

Secretismo estampado num olhar

Suspiros esvoaçando nas entrelinhas da pele 

Palavras que o coração impele

Passeios de mãos dadas à beira mar 

 

Será que ainda há cartas de amor

Escritas nos bancos de madeira

Histórias como nos filmes de cinema

Em que o amor é mais que um teorema

Relações para a vida inteira

Cartas de amor em três atos - 1º

14.05.25, MM

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Já não há cartas de amor

Por não haver quem as queira receber

Palavras que se tornam vadias

Em vidas sentidas

Com receio de voltar a sofrer

 

Já não há cartas de amor

Por não haver quem as queira ler

Sentimentos retidos em papiros dourados

Amigos que nunca serão namorados

Enlaces difícil de esquecer

 

Já não há cartas de amor 

Por não haver quem as consiga sentir

Amores esquecidos no tempo

Num tempo em que tudo é um passatempo 

E as flores já não querem florir

 

Já não há cartas de amor 

Por não haver quem queira amar

Corações roçando a insanidade

Relações promovendo a precariedade

Choros silenciosos na hora de deitar

Erotismo - frenesim

11.05.25, MM

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turbulências, indecências

pensamentos lascivos

vagueiam pelo meu imaginário

lua nua, carne crua

desejos primários

de te ter, de te possuir

de te invadir

até às entranhas, estranhas?

não estranhes amor

quero eu os corpos entrelaçados

vislumbres suados

orbitando em céus estrelados

vai-vem espacial

até atingirmos o tal pecado original

que frenesim

eu em ti e tu em mim

corações a bater

abrandar, serenar, abraçar

e por fim

em ti adormecer

 

Acordes

07.05.25, MM

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Queria o meu “para sempre”

Mas nos acordes da minha guitarra

Já não soa o meu flow

Nem há corpos entrelaçados 

Dançando um slow

E os beijos demorados 

Ainda estão para acontecer 

E se acontecer?

Que seja mais que um prazer

Que a alma não acalma

Em quinze minutos de tesão 

Mas a alma embala 

No dedilhar de uma canção

De amor, pois claro 

Acordes vagueando na alma nua

Que fazem o corpo estremecer

Fantasias deleitadas em paixão

Mas o desejo em si morre

E o amor, esse

Vive no coração

Mudança

05.05.25, MM

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A noite foi longa, interminável 

Lágrimas derramadas 

Em memórias passadas

 

Hoje amanheceu na trivialidade das coisas simples 

A saudade não perguntou por ti

As águas serenaram

As borboletas voltaram 

Os pássaros cochicham a passagem do tempo

Não querem ouvir lamentos

Ecos de esperança 

De quem anseia a mudança 

Para melhor, pois claro

Que a escuridão não alimenta o coração 

E o corpo quer o toque, a paixão

E a alma?

Quer os bons tempos que ainda estão para vir

De voltar a amar

De voltar a sorrir

Hoje converso com a noite

04.05.25, MM

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Hoje converso com a lua

Coisas que ela não quer conversar

Prometeu-me um amor de verdade 

E no entanto

Deixou-me na saudade

A chorar  

 

Hoje converso com as estrelas

Coisas que elas não querem conversar

Tínhamos os destinos traçados

Amores que foram desviados

Para parte incerta 

Para um qualquer lugar  

 

Hoje converso com a noite

Coisas que ela não quer conversar

Esconde-se no meio da escuridão 

Cobardia sem coração 

E como uma estaca no peito

Roubou-me a vontade de amar