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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Será que ainda há lugar para o amor?

30.03.25, MM

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Queria ouvir falar de sentimentos 

Mas os sentimentos caíram em desuso 

São meros lamentos

Fantasias, utopias, 

Quimeras perdidas

Almas sofridas

Corações sem alento

 

Ouço falar em estabilidade financeira 

Em ter alguém para passear

A lugares chiques pois claro 

Que o amor sai caro

E há um estatuto para pavonear

Que triste ironia 

Pessoas querem ser amadas

Sem saber o que é amar

Corações feitos de retalhos

Amores cruzados

Corpos alados

Em camas deleitados

Sem prazeres carnais

Sem o toque de quem sente

Mas o coração não mente

Apenas carrega a dor

E numa vida de falsas aparências

Desprovidas da sua essência 

Será que ainda há lugar para o amor?

Memórias

30.03.25, MM

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Há memórias que o tempo não apaga

Por mais que as tentemos apagar

São eternas

Imortais

Vivem no paradoxo da saudade

Ficar ou partir

Insistir ou desistir 

Mas que amor desiste tão facilmente?

Não desiste, insiste

Porque a alma, essa, não é carente 

E o coração só quer um amor de verdade

 

Ouço o sussurro das árvores 

Testemunhas fieis do que já vivi

Sabem tudo o que eu senti

Eu sei que sim

Reflexos contidos 

Sentimentos não declarados 

Escritos em papiros dourados

Que nunca chegaste a ler

Talvez por não quereres saber

Talvez porque te façam sofrer…

Ostentação

29.03.25, MM

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Pessoas sem vida

Vida sem pessoas

Humanidade perdida

Humildade vencida 

Ideais rendidos, vendidos

Aos que só sabem criticar

Incapazes de criar 

De engrandecer 

De agradecer

De fazer o próximo prosperar



Pessoas sem vida

Vida sem pessoas

Que se acham sempre com razão 

Amargurada solidão 

De quem ostenta

Mas nada representa

Neste universo infinito 

Cacos reduzidos ao ínfimo 

Sem sonhos

Sem prosperar

Sem luz no coração 

Sem o fogo da paixão 

Pessoas sem vidas

Vida sem pessoas

Apenas ostentação 

Meio século!

25.03.25, MM

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Nesta vida passageira

Ostento a minha bagagem

Talvez pesada, talvez ligeira

Por vezes frontal

Outras, quem sabe, apenas uma miragem

Recordações de tempos vividos

Do fogo que em mim ardia

Ânsias do mundo querer conquistar

Mas bem lá no fundo

Só desejava te poder conquistar

Poemas sentidos 

Sílabas vadias

Sentimentos escondidos

Que nunca cheguei a revelar 

 

Passa o tempo na manhosice dos ponteiros 

Perecem errados mas sempre certeiros

Meio século de batalhas insanas

Cair, morrer, voltar a renascer 

Qual gato de sete vidas

Quais Fénix renascidas

E eu renascendo sempre para o amor

Para as coisas do coração

Mas de tanto querer amar

Apenas encontrei a solidão

Que chatice

Que maçada

Não poder adormecer

Ao lado da pessoa amada!

 

Meio século já cá canta

Meio século ninguém me tira

Mas a noite ainda é uma criança

E a madrugada não é metediça

Nos acontecimentos da vida passada

Esperanças renascidas 

Neste dia de comemoração 

Onde ainda há sonhos para viver

Objetivos a conquistar

Um amor, uma cabana

Passear de mãos dadas à beira mar

Porque no fundo eu sei

Que o melhor, esse, ainda está para chegar!

 

Se ela soubesse

19.03.25, MM

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Se ela soubesse o quanto o seu sorriso me encanta e no encanto das estrelas, faz o meu coração disparar, de alegria, de paixão, de amor... Ai amor...

Se ela soubesse que tenho a nossa foto emoldurada na parede nua do meu quarto, vestindo-a de subtileza, de delicadeza, mais que decoração, feita de coração...

Se ela soubesse que ainda sinto no meu corpo a ternura do seu abraço, quente, eloquente, de desejos que não se chegaram a realizar, de lábios que não se chegaram a beijar, dos passeios ao luar, de fazermos amor à beira mar...

Se ela soubesse que é fonte de inspiração, água viva entranhada no meu ser, grandiosidade de um sorriso que me seduz, que reluz, que harmoniza os meus demónios, que é luz quando chega a tempestade, ai saudade, ai saudade...

Se ela soubesse o quanto é linda e maravilhosa, inteligente, charmosa, sensualidade que dá beleza à natureza...

Ai se ela soubesse!

Talvez saiba e finja não saber

E eu, tentando ser poeta

Mas poeta eu não sei ser

Meras palavras lançadas ao vento

Que tormento

Perdoa-me por tanto te querer!

Bem-me-quer mal-me-quer

16.03.25, MM

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Que força é essa que eu tanto admiro

E que na essência fez o meu amor despertar

Pérola bruta extraída do fundo do mar

E eu sem saber nadar

Por ti fui me apaixonar

 

Noite de luar encantado

Doce embalo de sensualidade

Vagueando pela minha imaginação 

E eu enamorado 

Por um amor que eu queria de verdade

Bate forte no meu coração 

 

És luz, és plenitude 

Sincera, meiga, carinhosa

Mulher de encantos por desvendar

Linda, inteligente, maravilhosa 

Meu sonho de encantar 

Doce olhar

Sorriso estonteante 

Alma apaixonante

Jardim delirante

Mal-me-quer, bem-me-quer

E se tu quisesses

Levar-te-ia ao altar

E faria de ti 

A minha mulher

Março

01.03.25, MM

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Fevereiro não foi o mês do amor

Nem tão pouco senti o calor

Do teu corpo, da tua alma

Desnudada para mim

E triste assim

Vivi

Sem te ver, sem te ter

Sem corpos entrelaçados

Nem beijos trocados

Nem tão pouco prazeres em lençóis de cetim

 

Mas chegam boas novas trazidas pelo vento

Os anciões dizem que chegou o momento

Da mudança! Da esperança!

Chegam de longe os pássaros cantantes

Está a chegar! Está a chegar!

Anunciam as papoilas delirantes

Que o amor paira no ar

E quem diria

Que as borboletas que esvoaçam do meu ser

Falam de ti

E eu?

Desejo-te a ti

Embebidos no por do sol

Embalados nas ondas do mar

Corações a palpitar

Pele arrepiada

Desejo ardente

Lábios que se querem beijar

Corpos embriagados

Envolvidos num doce abraço

E na voz do ardina

Ecoa o teu nome

Que sejas bem-vindo março!