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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Desisto de ti

16.02.25, MM

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Desisto de ti 

Como o mar desiste da areia

E os pássaros já não regressam na primavera

Que tragédia! Que blasfémia!

Não ter do destino a rédea 

Que desatino!

E que me dera

Que desistir fosse apenas uma quimera

Melodias errantes no canto de uma sereia

Que se apaixona pelo seu interlocutor

Apregoando em praça cheia

Dor não!

Sim ao amor!

 

Desisto de ti

Porque o tempo não avança

Ficou empancado no relógio ancestral

Que chatice!

Que sentimental 

Ainda te olhar com os olhos ternos de uma criança 

Que encantado fica na tua presença 

Apaixonado pela tua essência 

 

Desisto de ti

Como o calor desiste do verão  

E as abelhas desistem da polinização 

Desisto sem saber como nem porquê 

E eu só te queria oferecer um buquê 

De fores, pois claro

Que os ramos querem-se lançados do altar

Para quem os deseja apanhar

E eu? Só te desejo amar

De alma, de coração 

De intensa paixão

E se ainda quiseres fazer parte de mim

Prometo de ti não desistir

Que o melhor ainda está por vir

Beijos trocados no nosso jardim

Mundo dos sonhos

08.02.25, MM

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Embarco no mundo dos sonhos

Que me embalam até ti

Planícies verdejantes

Cheiro a capim

Pássaros esvoaçantes

Voando rumo à liberdade

E eu aqui preso na saudade

Do dia em que descobri

Que fazias parte de mim

 

Ouso adormecer na tua lembrança 

Terna, carinhosa

Sorriso estonteante 

Que devolve a esperança 

À minha alma, ao meu ser

Que me reinicia em todas as madrugadas

Que me ilumina nas noites atormentadas

Que me aconchega o coração 

Que me desperta a paixão

E mesmo sem querer

Sonho contigo até amanhecer

Ilusão de São Valentim

06.02.25, MM

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Não virás no dia prometido 

E o amor não andará no ar

Para os meus lados, pois claro

Que o amor habita em qualquer lugar 

Serei chama apagada

Vela acesa numa mesa vazia

Lençóis imaculados

Para o dia dos namorados 

Mas será breve ilusão 

Noite fria queimando o coração 

Solidão 

De quem espera e desespera

Não é um buraco é uma cratera

Que eu não consigo escapar

Deste sentimento agonizante

Que me está a afogar 

E eu?

Só queria afogar-me no teu beijo

Boca com boca 

Toque com toque 

Perdidos no desejo 

Dois corpos entrelaçados 

Fazendo amor numa noite de luar

E na queda de uma estrela cadente

Mais que um amor ardente

Queria-te aqui

Ao pé de mim

No dia de São Valentim…

Aninhado a ti

01.02.25, MM

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Sinto na pele a melancolia dos dias de inverno

Chuva que se adensa a cada amanhecer

No horizonte apenas observo o inferno

Onde o tempo é apenas efêmero

E não há abrigo onde me possa esconder

 

Mas penso em ti

Mundo feito de probabilidades 

Sonhos onde tudo pode acontecer

E quando batem as saudades

É o teu sorriso que me acalenta

Olhar penetrante de um lindo entardecer

De sol, pois claro!

Que a tua lembrança é harmonia

E a minha alma é sedenta

Do teu amor, do teu calor

Que no meu coração fazem magia

E mesmo em dias de tempestade

Quando bate aquela saudade

És a luz que me guia

Ao tempo onde me perdi

E eu só queria que fosse assim

Nós dois juntos no fim

Eu aninhado a ti