Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Lírios dançantes

26.01.25, MM

lirios dançantes cópia (1).jpg

Lindas as flores que dançam ao sol

Campos floridos de lírios dançantes

Brisa perfumada na sua leveza

Hipnotizando seres esvoaçantes

E eu perdido na tua subtileza

Que me seduz, que em mim reluz

A alma, o coração 

Sorrisos estonteantes

Sílabas delirantes

E no meu imaginário

Quero os caminhos errantes

Que me levam à tua boca

Ao desejo do teu beijo

Assim ficam as abelhas, loucas

Hipnotizadas em lírios dançantes

Numa tarde de calor

Mas no meu imaginário

Ali estávamos nós, a sós

Trocando beijos de amor

Amor remanescente

25.01.25, MM

amor remanescente cópia (1).jpg

Porque são os sonhos tão difíceis de realizar 

Porque é o amor tão difícil de encontrar 

Pergunto eu às estrelas cadentes

Se há um amor remanescente 

Que em mim ainda possa brotar

 

Sigo os trilhos dos antigos amantes

Num mapa astral ainda por desenhar

Que triste sina a minha

Que fado inusitado 

Amar tanto alguém 

Que no entanto, porém 

Não me pode ter como seu amado

 

Manipulo a bola de cristal 

Desalinho as estrelas e os planetas

Viajo para além do cabo das tormentas

Desafio o mar e o vendaval

Rasgo os papiros dourados

Invoco os deuses irados 

 

Sereno

Choro compulsivamente 

A almofada é minha confidente

Deixo fluir o que estou a sentir

Em verdade, na saudade

Só queria um abraça teu

Antes de dormir…

 

Murmúrios

21.01.25, MM

murmurios cópia.jpg

Ouço os murmúrios da alma emanados

Gritos eloquentes num silêncio visceral

Prelúdio de sentimentos enclausurados

E o amor?

Mas quem quer saber do amor afinal?

 

Murmuram as pedras da calçada 

Onde as lágrimas foram feitas reféns

Palavras cuspidas na noite calada

Mas nem uma sílaba pronunciada

Apenas sentimentos chorados

E o amor?

O amor padeceu no manto estrelado

 

Sinto na pele os murmúrios do teu respirar

E no meu corpo ainda vive o perfume do teu abraço 

Mas que embaraço 

Ver os teus lábios a fugir

Quando os tentei beijar

E o amor?

O amor é tudo o que tenho para te dar

Confesso-me a ti, lua

15.01.25, MM

confesso-me a ti lua cópia.jpg

Confesso-me a ti, lua

Todos os meus pecados

De amar uma mulher

Que não posso ter ao meu lado

E no entanto, por enquanto 

Quero continuar a pecar

O tal pecado original 

E mesmo que a sentença final 

Não me traga a absolvição 

Quero viver no eterno romance

Das noites de luar

Fazer amor, abraçar

Adormecer, acordar

Nos braços de quem me ama

No abraço de quem eu amo

 

E eu me confesso a ti, lua

Que me hipnotizo no sorriso dela

Volúpias no olhar

Que vagueiam no meu imaginário

Silhueta nua

E na verdade crua

Vivo o secreto desejo de a possuir 

O corpo, a alma, a essência

Porque no fundo ouso a indecência

De a fazer gemer, de a ouvir

Em gritos de prazer

Mas que pecado estarei eu a cometer

Por uma mulher que eu não posso ter

E no entanto, por enquanto 

Quero continuar a pecar

Porque só assim eu sei amar

O silêncio imperou...

15.01.25, MM

silêncio cópia.jpg

O longe não se fez perto

O impossível não se tornou possível 

A ansiedade deu lugar à saudade

E o amor partiu para um lugar incerto 

 

Os planetas não se alinharam

Os sinos não tocaram a rebate 

Os pássaros não apregoaram a primavera

Os amantes se separaram

A amizade fez xeque-mate

E o amor virou uma quimera

 

Não houve jantar à luz das velas

E o retrato desvaneceu-se em aguarelas

O beijo prometido não aconteceu

A esperança se aprisionou

O amor enlouqueceu

O silêncio imperou

Pequena mariposa

11.01.25, MM

pequena mariposa.jpg

Voa até mim nesta manhã chuvosa

Pequena mariposa

Escreve nos pergaminhos do tempo

Tudo aquilo que me vai alma

Porque se alma não é pequena

É o tua essência que me acalma

Pequena mariposa

Que me visitas na noite silenciosa

Por entre a neblina da alvorada

Mas o que serás afinal?

Quimera ou alquimia

Sonho ou fantasia

E no entanto, no que me encanto

Está para além da utopia

Pequena mariposa

Que me sussurras estados caóticos

Mas a minha mente não mente

E o amor quer apenas as coisas do coração

Já a pele, essa, quer o toque da paixão

Os delírios eróticos

As tardes à beira-mar

Ver o por-do-sol e beijar

E eu aqui, perdido no teu olhar

Vejo-te pousar

Em mim, no nosso jardim

Nesta manhã chuvosa

Pequena mariposa

Viagem - erotismo

05.01.25, MM

viagem cópia.jpg

Leva esta mensagem 

Ao coração de que eu amo

E no retorno da viagem 

Traz-me mais que uma miragem 

Que eu não quero apenas o cânhamo

Quero a vertigem

De me afogar neste louco desejo

Do teu corpo na noite virgem

Percorrendo-o em secretos delírios

Embalado no teu doce beijo

Lábios com lábios

Carne com carne

Pecados em becos escondidos

Êxtase pronunciado em eloquentes gemidos

Mas nunca te cheguei a beijar

Nem fizemos amor ao luar

E eu quero sentir o teu toque

Perder-me nas saliências do corpo 

Percorrer os trilhos da libidinosidade

Matar esta louca saudade

Invadir o teu breu

Levar-te ao céu

Viagens alucinantes

E por instantes

No infinito 

Acordar

Deem à poesia a liberdade

04.01.25, MM

deem à poesia a liberdade cópia (1).jpg

Deem à poesia a liberdade

De silenciar as armas e a maldade

De alimentar quem morre à fome

E enquanto o mundo dorme

Que se faça luz nos corações da humanidade

Mais que palavras, atitudes

Mais que promessas, virtudes

Mais do que esperar, agir

Mais do que covardia, coragem

Para que a paz não seja apenas uma miragem

 

Deem à poesia a liberdade

Ações feitas de empatia, harmonia

Escritas em linguagem de fraternidade

Que as balas sejam apenas doces nas mãos de uma criança

Que as sirenes não toquem mais alto que a esperança

Que se conforte a alma de quem mora ao nosso lado

Que se perdoe mais vezes o que ficou no passado

 

Deem à poesia a liberdade

De um novo ano abraçar

Com determinação

Sem medos de errar, de voltar a tentar

Dar asas à imaginação

Ouvir mais o coração

Viver com paixão

Versar o verbo amar

Sorrir

Ver os olhos a brilhar

O coração a palpitar

Um amor de verdade

E se não for pedir muito

Deem à poesia a liberdade