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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Tempo

12.12.24, MM

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Será que ainda há tempo para nós 

Desatarmos os nós, fazermos um laço

Envelhecermos 

Sermos avós 

A voz do coração

Eternizada num abraço 

Abraçando os ventos 

Colorindo os dias cinzentos 

No nosso leito da paixão

 

Será que ainda há tempo para nós 

Sentados num baloiço de mãos dadas

Contemplarmos-nos em todas as madrugadas

Vermos as crianças a crescer

E no silêncio do meu ser

Perder-me no teu sorriso

No teu terno olhar

Que me traz serenidade 

Que me trás felicidade 

E no encanto que me faz encantar

O teu carinho

A saudade

Lençóis amarrotados

Eternos namorados

Que eu não quero que o tempo passe veloz

Se ainda houver tempo para nós…

Ainda estás aí

08.12.24, MM

ainda estás aí cópia.jpg

Dá-me um sinal que ainda estás aí 

Que me lês nas entrelinhas do que eu escrevo 

E perdoa-me se me atrevo

A confessar o que sinto por ti

São sílabas que flutuam do âmago do meu ser

E sem querer

Morrem afogadas na minha alma

Nesta minha gritante calma

Que me consome a carne

Que me rasga a pele

E mesmo que mil vezes reencarne

E os meus sentimentos a ti não revele

O meu coração não vai deixar de bater

Por ti

Apenas por ti

E eu já só queria saber

Se ainda estás aí

A pensar em mim

Nas longas noites sem fim

E será que nas frias madrugadas

No auge do teu desejo

Almejas o meu beijo

O meu toque

O calor do meu corpo a invadir o teu

Num doce descobrir 

Que o melhor ainda está por vir

Mas será que ainda estás aí 

A pensar em mim…

Ponto de partida

04.12.24, MM

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Tento rimar nas rimas que a vida me dá

E a rimar persigo o meu caminho

Dos meus sonhos o universo zelará

E mesmo que as rimas não rimem

Entro e saio de fininho

Que eu não me meto na vida alheia

Quero é ver os meus filhos numa mesa cheia

E nas noites de luar

Quero as rimas de um sonho de encantar

Que eu não desisto de um amor

De verdade, pois claro

Que eu não quero rimas fora do verso

Nem relações roçando o perverso

Quero a calmaria das tardes quentes

O doce balanço das paixões ardentes

Que o amor não são cinco minutos de tesão

São coisas que só sente com o coração

E eu já só quero viajar 

Para além do que a vista consegue alcançar

E teimo, não desisto, insisto, persisto

E sem nunca deixar de rimar

Faço ouvidos moucos às bocas que possam mandar

Que não saciam as bocas que estou a alimentar

Grão a grão

Passo a passo, a compasso

Na fé, na esperança, nos sonhos de criança

Que o melhor ainda está para chegar

Sereno o espírito e sorrio para a vida

E das rimas presas eu faço um motim

Muitos julgavam que tinha chegado o meu fim

Mas este é apenas o meu ponto de partida