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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Lenda inventada

25.08.24, MM

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Entre o Bom Jesus e o Sameiro 

Moram sonhos de encantar 

Memórias envoltas em nevoeiro

Onde o amor reinou primeiro 

De uma história que vos queria contar

 

Era uma vez dois corações apaixonados

Que não sabiam que se queriam amar

Trocavam olhares enamorados

Contemplando o horizonte admirados

Por sentirem o coração a palpitar

 

Dizem que são as coisas do amor

Borboletas hipnóticas que pairam no ar

Passeatas ocorridas nas águas do elevador

Sentindo no corpo aquele fervor

Intermitências provocadas com um simples olhar

 

Mas o dia entardeceu numa noite sem luar

E os olhares enamorados tiveram que se separar

Ainda hoje reza a lenda que em cada anoitecer

Vaga-lumes fazem a magia dos corações acontecer

Selando com um beijo esta história de encantar

Não te consigo compreender

20.08.24, MM

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Correm-me nas veias conhecimentos ancestrais

Experiencialismo empíricos divinais

Mas não te consigo compreender

 

Possuo a literatura própria dos eruditos

Mediação perfeita de espinhosos conflitos

Mas não te consigo compreender

 

Domino a linguagem do meandros do amor

Formas diferentes de controlar a dor

Mas não te consigo compreender

 

Compreendo a natureza e os seus sinais

Coisas do além e fenómenos paranormais

Mas não te consigo compreender

 

Carrego os sentimentos mais puros no coração

Fervilha-me nas veias a ardente paixão

Mas não te consigo compreender

 

Vivo na esperança de nos teus braços me perder

E aninhada no meu peito ver-te adormecer

Mas não te consigo compreender…

Casa rolante

18.08.24, MM

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Um dia viajaremos rumo ao sol nascente

Para lá das nuvens, para perto do mar

Embalaremos na nossa casa rolante

E em felicidade constante 

Fazermos amor ao luar

 

Um dia viajaremos por onde o sol se esconde

Pelos trilhos das montanhas sagradas

Tu princesa, eu um conde

Fantasiando de mãos dadas

Por entre castelos e casas abandonadas

E eu perdido no teu sorriso

E sem juízo

Roubo-te mais um beijo

Apaixonado, demorado

Lua envergonhada

Com tanto desejo

 

Um dia viajaremos por entre o sol escaldante

Rumo ao infinito sem hora para voltar

Embalaremos na nossa casa rolante

E tal cavaleiro andante

Jurarei para sempre te amar

 

Um dia viajaremos quando o sol se esconder

Admirando abraçados as estrelas no céu

E mesmo nas noites de imenso breu

Serás a luz do meu viver

E eu jurarei sempre te proteger

 

Um dia viajaremos na nossa casa rolante

Sentados à janela contemplaremos a liberdade

Crianças a brincar na noite cintilante

E num beijo de cumplicidade

Brindaremos à nossa alma de viajante

Dores de amor - parte 2

18.08.24, MM

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Os sonhos desvanecem a cada respirar 

E eu sinto que estou num contra-relógio

De te querer e não te poder ver

De te sentir e não te poder tocar 

E eu apenas vejo o tempo passar

Distância que aumenta

Alma que não se alimenta 

Do teu sorriso

Do teu abraço 

E em mim só sinto o cansaço 

À espera do juízo final 

 

Já não cantam os pássaros na madrugada 

Já desvaneceu a nossa floresta encantada

Apenas a poeira paira no ar 

Que não deixa respirar

E eu sinto-me a afogar

Em lágrimas de solidão 

Vida insana

Alma profana

Aguardando a tua chegada

De te chamar minha amada

E num beijo quente, ardente

Quebrar esta maldição

Dores de amor - parte 1

18.08.24, MM

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Quanta dor cabe dentro de um peito 

Alfinetadas que aos olhos comuns são invisíveis

Lágrimas derramadas no meu leito

E eu pouco afeito

Carrego no coração coisas terríveis

Sonhos que esmorecem em cada olhar

Palavras que ficaram por declamar 

Sentimentos aprisionados na agonia 

Dor imensa que chega a ser fobia

De tanto pensar em ti

Mas o meu coração diz-me que ainda não te perdi…

 

Não vi as estrelas no céu 

Nem despi o teu véu 

Não acaricie o teu ventre

Nem senti o palpitar do teu coração 

Fui apenas uma ilusão 

Feita de lágrimas e de dor

De quem ainda acredita no amor

Menti...

15.08.24, MM

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A esperança desvaneceu 

Os pássaros silenciaram o canto

O sonho virou desencanto

E de tanto tentar

A alma começou a chorar

De um beijo que não aconteceu

 

O sol já não aquece o meu ser

As noites já não consolam o coração 

São apenas sombras do meu viver

Corpo moribundo tentando existir, insistir

Uma alma vadia sem paixão

 

Os planetas não se chegaram a alinhar

Nem fizemos amor nas noites de luar

As flores já não vão brotar

O encanto virou desencanto

E eu apenas queria dizer que te amo tanto

Que enlouqueço de tanto pensar em ti

Sinto a tua falta a cada respirar

Disse-te que ia ficar bem, mas menti

Poema prometido

09.08.24, MM

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Tentei escrever-te o poema perfeito

Mas a poesia já não flui em mim

Sou apenas um poeta imperfeito

Tentando seduzir-te ao meu jardim

 

Linda com  um sorriso estonteante

Carregando sonhos por concretizar

Olhar meigo, doce, penetrante

Que um dia me fez apaixonar

 

Este é o meu poema prometido

Mas poemas já não sei fazer

Escrevo o que me é sentido

E se no amor sou um iludido

E nesta ilusão que eu quero viver

 

Tentei escrever-te o poema perfeito

Mas as palavras ficaram embargadas

O sol já se pôs e eu não vi te chegar

Não te aninhaste ao meu peito

Nem senti o teu perfume nas madrugadas

Sou apenas alguém que não conseguiste amar

Minha flor

07.08.24, MM

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Enquanto embarco 

No barco da vida

Soltam-se as amarras

Da minha partida 

Revezam os sinos

Melodias de saudade

Fogem os pássaros

Rumo á liberdade 

 

Enquanto espero

Esta espera sentida

Fazem ouvidos mudos

Os corações moribundos

E demanda que o amor emana

Chega a hora da despedida

Choram-se canções de amor

Embaladas em serenatas ao sol-pôr

 

Enquanto descanso

No descanso sagrado

Habita em mim

Este desejo de ti

Pássaros cantantes 

Papoilas delirantes

Perfume de jasmim

Em sonhos esvoaçantes 

E antes do anoitecer

Caio em mim e sem querer

Chamo-te de minha flor

Meu amor

Volúpias matinais - erotismo

04.08.24, MM

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Sonhei na volúpia do momento 

Teus lábios percorrendo o corpo alado

Descendo suavemente até ao epicentro 

Do prazer, do desejo

Içar as velas, mastro levantado

Epiderme arrepiada com mais um beijo

Que loucura!

Palpitações ofegantes

Estranhas sensações delirantes

Contorcionismos audíveis 

Viajar pelos meus pontos sensíveis

 

Seguro energicamente nos teus cabelos suados

Não te quero deixar fugir

Perco-me na tentação do teu corpo invadir 

Mas fraquejam-me as forças na hora de vir

Gritando aos ventos e por momentos 

Caio prostrado

 

Renasço em ti

Viajo suavemente na tua pele aromatizada

Flores do campo, flores exóticas 

E como um enxame de abelhas caóticas

Palmeiro o teu corpo à procura do doce mel

Para me saciar, para acalmar

Este desejo que arde em mim

De acordar abraçado a ti

Lençois amarrotados, corpos suados

Fazendo amor no nosso jardim