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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Gosto

28.07.24, MM

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Não gosto de amargas discussões 

Gosto de beijos

Lábios que são usados para beijar 

Línguas que procuram outras línguas

Pele arrepiada deleitada em desejos

Uivos de prazer em noites de luar

 

Não gosto de palavras que fazem magoar

Sílabas ensaiadas em semblantes errantes

Projetadas para dilacerar o coração 

Gosto das audíveis interjeições 

Silêncios fundidos num olhar penetrante

Dois corpos dançando a mesma canção 

Despertando libidinosas sensações 

 

Não gosto de uma alma silenciada 

Marcas que o tempo não pode apagar

Enclausurada em sofrimentos de não poder amar

De não poder se entregar à pessoa amada

Vivendo uma vida amargurada

Gosto de bocas ousadas sem receios de serem beijadas

Doces aromas roubados pela calada

Arritmias, sinfonias, toques em sintonia 

Despertando o puro prazer 

Sensualidade, libidinosidade, leviandade

Segredos partilhados a dois

Deixando as palavras para depois

Sentir o gosto de ti, do teu ser

Ação, paixão, tesão, coisas do coração

E eu?

Apenas queria-te ao pé de mim

Fazendo amor no nosso jardim

Saudades de amor

21.07.24, MM

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Dizem que a saudade dói

Mas o que entendem eles de saudade

Se a saudade que mora em mim

Não é a saudade de um qualquer frenesim

É um grito de liberdade

De um amor que não tem fim 

 

Dizem que dói a saudade

A mesma saudade que um dia trouxe a felicidade 

É um aperto no coração 

Um nó na garganta sem noção 

Desejo secreto de um beijo de paixão 

 

Mas a saudade em mim dói

Dói em mim a saudade

Memórias vividas extasiadamente

Outras tantas que ainda ouso querer viver

E do que vivi recordo alegremente

Porque a minha mente não mente

Este amor que não me deixa te esquecer

Sina escrita nas entrelinhas do meu coração 

Corpos entrelaçados numa noite de paixão 

Que nunca chegou a acontecer...

Mas na saudade que em mim mora

Mora também a esperança que não cansa

De no meio peito ver-te adormecer

Entre o que acontece...

07.07.24, MM

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Entre o que acontece e o que ficou por acontecer 

Há uma página em branco imaculado

Feita de silêncios que o coração não conseguiu dizer

Feito de sonhos que não chegaram a acontecer

Sílabas projetadas em papiros dourados

 

Entre o que acontece e o que a teia do destino não tece

Há um vazio neste meu triste fado vadio

Momentos que ficaram por viver

E eu sem querer, deixei-os morrer

Num manto de ilusão

Sentimentos que nunca saíram do coração

 

Entre o que acontece e o que pode acontecer

Há uma página em branco imaculada

Onde sou timoneiro e a desejo escrever

Nas curvas do teu corpo

Na minha alma aluada

Nas entrelinhas do teu coração

Nos céus de uma noite estrelada

E o nosso destino?

Que desatino

Espera insana entre o que acontece e o que pode acontecer

Neste desejo dos teus lábios beijar

Perfume a mar

Ânsias de no meu peito ver-te adormecer