Desencanto
Perdi-me no encanto que hoje se fez desencanto
Naveguei nos mares invioláveis que se tornaram domáveis
Infringi as leis do retorno e sem adorno
Quebrei as leis da atração
Que fiz eu meu coração?
Que fiz eu meu coração…
Bati no fundo do meu ser
Intermitências alucinantes entre o viver e o morrer
Dor que não apazigua, insinua
Num rio que corre mas não desagua
Mar feito de lágrimas incandescentes
Minha alma feita de estrelas cadentes
Sem luz, sem rumo delineado
Chorando sob o leite derramado
E vou seguindo sem noção
Que fiz eu meu coração?
Que fiz eu meu coração…
Invoco á Fénix renascida
As memórias lançadas ao vento
Cinzas que nunca queimaram
Evaporaram-se em fogo lento
Implorei ao Cúpido a minha oportunidade
Mas na quimera do tempo só mora a saudade
Fragmentos de uma paixão ardente
Ilusão de um amor presente
E vou seguindo sem noção
Que fiz eu meu coração?
Que fiz eu meu coração…