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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Desencanto

15.10.23, MM

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Perdi-me no encanto que hoje se fez desencanto

Naveguei nos mares invioláveis que se tornaram domáveis

Infringi as leis do retorno e sem adorno

Quebrei as leis da atração

Que fiz eu meu coração?

Que fiz eu meu coração…

 

Bati no fundo do meu ser

Intermitências alucinantes entre o viver e o morrer

Dor que não apazigua, insinua

Num rio que corre mas não desagua

Mar feito de lágrimas incandescentes

Minha alma feita de estrelas cadentes

Sem luz, sem rumo delineado

Chorando sob o leite derramado

E vou seguindo sem noção

Que fiz eu meu coração?

Que fiz eu meu coração…

 

Invoco á Fénix renascida

As memórias lançadas ao vento

Cinzas que nunca queimaram

Evaporaram-se em fogo lento

 

Implorei ao Cúpido a minha oportunidade

Mas na quimera do tempo só mora a saudade

Fragmentos de uma paixão ardente

Ilusão de um amor presente

 

E vou seguindo sem noção

Que fiz eu meu coração?

Que fiz eu meu coração…

Lar

06.10.23, MM

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Lar é onde encontramos o nosso porto de abrigo

Lar é um lugar mágico onde tudo faz sentido

É ser morada na vida de outro alguém

 

Lar é ser pôr-do-sol quando a mágoa aperta

Lar é ser arrepio quando a paixão desperta

É viajar na felicidade de um vaivém

 

Lar não é apenas casa, é saudade de quem se ama

É abraçar o infinito de quem nos quer bem

E fazer das estrelas a nossa cama

 

Lar é abraço, é laço

É aconchego, sossego

É rasgar os lençóis nas noites de paixão

E adormecer no palpitar de um outro coração

É sentir vontade de não mais partir

É chegar, ficar, adormecer, e de novo despertar

Num sorriso encantador

De poder dizer sem engasgar

"Amo-te meu amor"

Ele e ela

05.10.23, MM

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Ele escrevia, ela lia

Mas num universo perfeito

Nem tudo era o que parecia

 

Ele escrevia sentimentos em forma de poesia

E mesmo sem distinguir o predicado do sujeito

Murmurava nela tudo o que a sua caneta descrevia 

 

Ela lia romances em forma de fantasia

Casualidades onde tudo parecia suspeito

Desvendando os mistérios das cortes e da monarquia

 

Ele narrava tudo aquilo que sentia

Palavras projetadas de um qualquer parapeito

Sílabas tontas perpetuadas numa linda sinfonia

 

Ela encarnava personagens que desconhecia

Senhoras de deleite ou de puro respeito

Aguardando para si o final feliz que nunca acontecia

 

Ele escreveu nas asas do vento o poema perfeito

Aguardando na expectativa de ser o seu eleito

Mas ela, não sabia interpretar a sua poesia