Quebrar a sensatez
Não voltes ao lugar onde já foste feliz
Ditam as regras da sensatez
Mas à razão o coração contradiz
Que todas as histórias têm “era uma vez”
Não voltes ao tempo onde habitou a felicidade
Memórias de um tempo que avançou e nada restou
Mas no desígnio do tempo foi forjada a saudade
De um amor eterno que nunca sarou
Não voltes ao que não podes voltar
Ecoa no vento a sabedoria ancestral
Mas se até os ventos regressam ao mesmo lugar
Que há de mal afinal?
O vinho não foi entornado
O vestido não foi rasgado
Os corpos não se entrelaçaram à hora marcada
Nem os lábios foram beijados
Mas em cada madrugada
Há um novo renascer
Uma nova dança, nova aliança
De um universo por explorar
Eu e tu
Corações ousando versar o verbo amar
Do verdadeiro amor
Escrito nas entrelinhas do universo
E no seu reverso
Quebrar todas as regras da sensatez
Revelando nas curvas do teu corpo a minha nudez
Corpos suados reescrevendo a história
Nossos nomes tatuados para futura memória
E num qualquer jardim ou mural
Aquela frase lamechas e sentimental
Que pode existir um feliz final