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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Madrugada

13.08.23, MM

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Esperei por ti na hora marcada

Onde os sonhos são possíveis 

As estrelas são visíveis

E o grilar é o som da madrugada

 

Queria-te aqui, agora, neste momento

Plantarmos nos campos este meu sentimento

Vê-lo florescer a cada nova madrugada

Onde o silêncio ecoa na noite estrelada

 

Queria o teu rosto a tapar o sol que me ilumina

E no teu sorriso viver o que a vida nos ensina

Que dois corações juntos a palpitar é a felicidade

Vem nesta madrugada matar-me a saudade

 

Caminho na ilusão dos fios dourados

Vento que ondula o teu cabelo iluminado

Fragrâncias do teu perfume trazidas pelo vento

E tu no meu pensamento 

Num abraço que se quer dar

De no teu coração querer habitar

Aqui estou eu

Aqui faltas tu

Ao meu lado

Na pedra sentada

Queria-te apenas aqui

Nesta singela madrugada

Entre o rio e poesia

10.08.23, MM

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Entre o rio e a poesia que te escrevo

Moram sentimentos que declamá-los eu não me atrevo

Fragrâncias emanadas pelo meu coração 

Propagadas no encanto do teu jardim

Simbiose perfeita entre amor e paixão

E o desejo de te ter nos meus lençóis de cetim

 

Esvoaçam borboletas saídas de parte incerta

Rumam ao horizonte do teu terno olhar

Transportam sonhos de uma janela entreaberta

Melodias silábicas escritas em papiros de encantar

Eu e tu

Tu e eu

Corpos dançando numa pauta musical

Evocando o amor que um dia se prometeu

Palavras ao vento do que não aconteceu

 

E lá vai ele, o rio, altivo, soberbo, majestoso

Transportando a poesia que nunca te escrevi

E nos meus braços ainda sinto aquele abraço gostoso

Sangue fervendo no palpitar de um coração

Gritos mudos que naquele momento senti

De te amar eloquentemente, de alma e paixão

E tu em mim é excitação

De te querer, de te beijar

De em ti mergulhar

Mas a noite já ameaça sombria

E as palavras?

Essas ficaram entre o rio e a poesia...

Tenho que ir

09.08.23, MM

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Tenho de ir

Tenho de ir ao vazio da minha alma

Onde encontro pequenas coisas feitas de nada

Fragmentos de raiva que se esfumaçam na minha palma

E sem alma, 

Vou dizendo ao mundo que espalho a felicidade

Mas essa, apenas mora na minha saudade

 

Fechas os olhos e imaginas o meu rosto

Dói menos, penso eu que talvez seja assim

Deitada numa cama sem os meus lençóis de cetim

Fazendo amor sem sentir este meu frenesim

De percorrer o teu corpo, descobrir os teus segredos

E em cada beijo retirar os teus medos

E voltarmos a amar

De alma, de coração

Noites inteiras de paixão

Corpos entrelaçados em noites de luar

Partilhando a mesma sensação

 

Mas tens de ir

Vivenciar o teu mundo de escuridão

Escapes fugindo da terrível realidade

De viver uma vida sem paixão

E essa, a paixão, apenas mora na nossa saudade

Que talvez um dia ainda volte a existir

Mas hoje, sei que tens de ir

Blog, rotinas e gratidão

08.08.23, MM

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Num quotidiano cada vez mais frenético, lutar contra o tempo tornou-se um dos meus maiores desafios destes meus últimos meses. Alterações de rotinas provocadas pelas atividades dos filhos, de responsabilidades acrescidas no trabalho, tornaram ainda mais complicada a minha rotina, já de si bastante preenchida. Chegar sempre tarde a casa tornou-se "normal" e só começar a jantar em horas que os miúdos já se deviam estar deitar, tornou-se a nova rotina, Resultado: exausto

Perdi a conta das vezes em que abri o blog, com o intuito de absorver e de colocar as leituras que tanto gosto em dia, que tanto inspiram-me e  que me transportam para uma outra dimensão, onde consigo abstrair-me da minha terrível rotina. Mas o cansaço acabou na maioria da vezes por vencer.

Hoje entrei em período de gozo de férias, e prometi a mim mesmo que este meu cantinho, este meu porto de abrigo, seria uma das prioridades. É bom voltar aqui e perceber que, mesmo estando bastante tempo ausente, o blog continua a ser visitado, continua a ser acarinhado e isso deixa-me extremamente feliz, sentindo uma enorme gratidão por todos aqueles que se identificam de uma forma ou de outra, por aquilo que eu escrevo. Gratidão do fundo do coração, pela amizade, pelo carinho, por fazerem deste meu cantinho também é o vosso cantinho!

 

 

 

Enlouquecer

04.08.23, MM

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Não posso ser o teu ponto de abrigo

Se as minhas lágrimas tu não podes abrigar

Sou mera quimera que se esfumaça quando te vais deitar

 

Não posso ser teu guarda-costas

Quando de mim os teus lábios tentas proteger

Sou apenas o fruto proibido que te recusas a comer

 

Não posso ser o teu chão 

Se nele não nos podemos enrolar

Sou as areias movediças onde te estás a enterrar

 

Não posso ser a tua lembrança

Se no teu coração me tentas esquecer

Sou apenas aquela memória que te faz enlouquecer

Agosto

02.08.23, MM

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Hoje, apetecia-me sentir o teu doce abraçar

Como quem abraça a eloquência das noites perdidas

Efervescências que fazem o meu coração suspirar

Noites quentes, amores ao luar

Cabelos ao vento sentindo a brisa do mar

Respirações ofegantes em almas despidas

Histórias vividas em vielas escondidas

 

Hoje, apetecia-me invadir as saliências do teu corpo arrepiado

Corpos entrelaçados em melodias de encantar

Danças eloquentes em desejos que se querem libertar

“mais duas bebidas por favor”

Vamos um brinde fazer!

Ao calor, ao verão

Ao amor, à paixão e às coisas do coração

Aos beijos e aos secretos desejos

À alegria e à fantasia

À amizade, à saudade

Ao que ainda está para acontecer e nos faz querer viver

Aos pecados cometidos sob o céu estrelado!

Brindar por tudo e por nada

Quem se vai importar?

Hoje tudo é permitido

Hoje tudo pode ser vivido

Porque hoje, entra "a gosto"!