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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Perdido

23.07.23, MM

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Estava tão embriagado na minha lucidez

Que nunca percebi que tinha chegado a nossa vez

Sonho lindo que nunca virou realidade

Quimera perdida que hoje mora na minha saudade

De te ter em mim

Mergulhados em lençóis de cetim

Numa história que eu nunca quis que tivesse um fim

Mas que nem sequer chegou a começar

Que não virou história de encantar

 

Estava tão concentrado na minha insensatez

Que talvez tenha deixado passar a nossa vez

Sentimentos que ficaram enclausurados

Em destinos que nunca foram cruzados

E hoje apenas mora no meu coração

Aquela estranha sensação

De teres estado tão perto e tão longe

Naquele momento que ficou parado no tempo

Mas que ainda hoje mora no meu pensamento

 

Estava tão centrado na minha avidez

Que talvez te tenha perdido de vez

Sem te ter levado ao céu, às estrelas, ao paraíso

Corpos entrelaçados em noites de luar

“Fica mais um pouco, vamos dançar”

Deixa-me ficar perdido no teu sorriso

Só mais um pouco, chama-me louco

De tanto te querer amar

De tanto que ficou por contar…

a sós II

16.07.23, MM

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Sais do banho com o intenso cheiro a ti

Desejo insano que me consome

De quer matar esta minha fome

De ti, de nós, num quarto a sós

Em lençóis de cetim, que festim!

 

Deambulas pelo meu imaginário

Calção curto que me consome a alma

Que tesão, que sensação

E eu já só tento raciocinar com calma

Mas os olhos não traem, não mentem

Espelham a tua libidinosidade

Devassa paixão

Que me encandeia, que me incendeia

Perfume que fica no ar

De banho acabado de tomar

Cabelos molhados 

Seios arrebitados

Transparências, envolvências

Ternuras perdidas em loucuras

De te possuir, de te quer

A ti, a nós, num quarto a sós

Explorando os sentidos

Provocando gemidos 

 

Ai se eu pudesse

Seguiria o trilho das eloquentes gotículas

Descendo pela sua espinha dorsal

Ai se tu deixasses

Fundiria os nossos corpos

Até ao êxtase final

Ai se eu não te fantasiasse

E no meu banho tu me amasses

Corpos molhados ainda sem a água cair

Desejando conjugar o verbo vir

Eu em ti, tu em mim

Num banho a sós

Velas acesas, pétalas do nosso jardim

Explorando os sentidos

Provocando gemidos

A sós

15.07.23, MM

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Há uma linha ténue que me separa de ti

De mim, de nós

E eu só queria estar contigo, a sós

Sob o feitiço da hipnotizante lua

Bela, brilhante, incandescente

Serena, eloquente

Extasiada num espírito dormente

Mas eu já só consigo imaginar-te nua

De alma, pois claro

Porquê do corpo, quero o desejo

De me perder no teu beijo

Que arde em mim

Assim

Luminescências que no sangue fervilham

Secretos pensamentos alucinantes

Carícias com efeito anestesiante

Para a alma, pois claro

Que no corpo provocam ardências 

Arrepios envolvidos em eloquências

Serena maresia

Hormonas em histeria

De pular, de cavalgar

Cabelos ao vento sentindo a brisa do mar

Mas há uma linha ténue que me separa de ti

De mim, de nós

E eu só queria estar contigo, a sós…

Contratempo

03.07.23, MM

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Percebes que haverá sempre um contratempo

Para quem és apenas um passatempo 

Que não sente em si a saudade

Nem tão pouco a vontade

De se perder nos teus braços

De sentir no seu corpo os teus amassos

 

Serás sempre um contratempo

Uma história que alguém nunca irá escrever

Página em branco amarrotada em desculpas

De quem nem tão pouco sente as culpas

De saber que está a fazer sofrer

 

Vives na eterna desculpa do contratempo

Do cansaço, do embaraço, 

De quem passa o tempo a adiar

De quem não te dá valor

Que não merece o teu amor

Que não te faz sonhar

E nesse contratempo

Surge alguém que arranja tempo

Para ao teu lado estar

Com vontade de te amar

De alma, de coração

Renascida paixão

Beijos eloquentes em noites de sedução 

E a vida volta a fluir

E o amor volta a surgir