* Tinha este post preparado para o dia da mãe... mas no fundo, todos os dias são bons para ser dia da mãe!
Mãe é mãe, independentemente de ser biológica ou de coração, de estar casada, solteira ou inserida numa nova família, de ter a oportunidade de estar sempre presente ou estar longe por força das circunstâncias.
Mãe é mãe, ontem, hoje e todos os restantes dias do ano.
Mãe é mãe, seres com um coração infinito num amor incondicional em prol da felicidade dos filhos.
Mãe é mãe, mas também é mulher em toda a sua plenitude. Tem sonhos que alcançam o infinito, com desejos de viajar por lugares mágicos vivendo-os intensamente, é timoneira do seu destino onde o céu não é o limite, mulher com fantasias íntimas e com momentos que só a ela lhe pertencem.
Mãe é mãe, com alegrias e tristezas, com determinações e indecisões, com certezas absolutas e dúvidas constantes, com carinho e compreensão, procurando dar sempre o seu melhor num singelo sorriso mesmo sentindo o mundo a desabar.
Nem sempre é fácil ser mãe, principalmente numa sociedade que tem dificuldades em aceitar uma mãe fora dos padrões normais, nem tão pouco aceita que uma mãe possa seguir os seus sonhos, num processo em que é constantemente criticada e posta em causa. Mas são seres determinados, são movidas por um desejo maior que transcende qualquer explicação lógica, e quando conseguem alcançar os seus objetivos, são elogiadas, são veneradas.
Lembro-me da minha mãe como uma pessoa simples, de um tempo em era normal não saber ler nem escrever, uma mulher do campo, dedicada totalmente ao lar e à família. Um dia, ainda na minha juventude, perguntei-lhe se era feliz, se nunca tinha sonhado com uma vida diferente. A resposta dela fez ver a vida de uma perspetiva completamente diferente. Disse-me com uma voz quase embarcada, que gostava de ter estudado, de ter aprendido a ler e a escrever, de ter sido médica. Já devia ter os seus 60 anos quando a questionei. Por isso não gosto de ver mulheres/mães a desistirem dos seu sonhos, dizendo que "está tudo bem" mas com amargura na alma de quem já desistiu dos sonhos, de quem apenas assiste à passagem do tempo.
Por vezes vejo filhos/maridos a elogiar outras mulheres bem sucedidas na vida, mas muitas vezes foram eles que cortaram as asas para que as suas mães/mulheres, não pudessem voar mais alto.
Há mães/mulheres que eu admiro muito, muitas delas nem têm noção da minha admiração, mulheres que tiveram a coragem de assumir o rumo das suas vidas, outras há, que continuam a sacrificar as suas próprias vidas. Mas mãe é uma mãe, e cada mãe tem no seu íntimo as suas razões para as suas ações. Admiro que acolhe genuinamente no seu colo uma criança que um dia ficou desamparada. Admiro muito mães que têm filhos especiais e que redobram o seu amor num renascimento constante. Também eu admiro alguém muito especial que um dia gostaria de ter feito mãe de um filho meu. Admiro a mãe dos meus filhos, e que apesar de estarmos separados, continuar a querer o melhor para eles e eles a admiram e, talvez seja esse amor retribuído, a melhor gratificação de ser mãe.
Quero dar os parabéns a todas as mães, aos pais que fazem de mães, a todas as pessoas que assumem esse papel de colocar em primeiro lugar a felicidade daqueles a quem um dia juraram cuidar e amar, permitindo-lhes que continuem a lutar pelos seus sonhos.
Gostaria de dar os parabéns de uma forma muito especial à minha mãe, com um beijinho enorme daqui até ao céu, uma pessoa com um coração gigante e com uma bondade quase infinita e que, felizmente, essa bondade e coração enorme, corre nas veias dos meus filhos.
Feliz dia das mães, hoje e todos os dias!