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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Não me leias

25.09.22, MM

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Não me leias nas entrelinhas

Ondas sonoras provocando o vazio

Enlaces escritos em  límpidas estrelinhas

Futuro revelado nas areias do mar bravio

 

Não me leias quando o sol se deita

E a noite surge da minha alma embriagada

São desejos proibidos onde a língua se deleita

Prazeres inconfessáveis na tua cama deitada

 

Não me leias na sina da minha mão

são traços envoltos nas curvas da tua cintura

Linhas projetadas dos lábios ao coração

Fervilhando arrepios de paixão e ternura

 

Não me leias nos meus sonhos enamorados

Sentimentos puros propagados no infinito

Sílabas mudas revelando o nome guardado

De uma amor que nas estrelas está escrito

Erotismos

16.09.22, MM

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Será que me amas no silêncio da noite

Por entre pensamentos divagantes

Lusco-fusco no trilho dos amantes

Onde cobres o teu corpo desnudado

Com um majestoso manto feito de estrelas

Suaves toques no teu segredo sagrado

Onde até as princesas singelas 

Cometem o seu íntimo pecado

 

Será que me amas no silêncio da noite

Quando a lua ilumina o teu corpo desnudado

Desejos proibidos ousando a emancipação

Sentimentos aprisionados no coração

Ansiando a libertação

Procurando a satisfação

Atracada no meu regaço

Aconchegada no meu abraço

Eu em ti e tu em mim

Deflorando em lençóis de cetim

 

Será que me amas no silêncio da noite

Lugar sagrado onde as nossas almas se encontram

Lábios que se tocam em amor

Embalados em beijos ardentes

Explorando as zonas mais quentes

Quebrando as regras, ousando amar

De alma nua, de corpo desnudado

Prazeres inconfessáveis

Segredos guardados no leito suado

E se o teu sonho for o meu

Num novo anoitecer

Serás tu e eu

assim, eu em ti e tu em mim

Num doce amanhecer

Tempestade

14.09.22, MM

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Chove torrencialmente

Águas furiosas trazidas pelo vento

Suposições nefastas assolam o meu pensamento

Deuses irados lançando o veneno da serpente

Que visão proeminente

Caos instalado num vazio inusitado

Apocalipse afogado num mar turbulento

Ilusões de óptica perdidas em pecado 

Mas o coração não mente

São lágrimas de sofrimento, sem alento

Ausências tuas no meu acordar

Aguardando uma mensagem tua

Que tarda em chegar

Numa manhã sem sol, sem madrugada

Nem pássaros a cantar

Apenas o silêncio da minha alma chorada

Lua II

10.09.22, MM

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Observo a lua que me guia na escuridão 

E nos passos que dou, levo-te no meu pensamento 

Penso em mim, penso em ti, penso em nós 

Suaves melodias que guardo no coração

Numa pauta escrita de sinceros sentimentos

Caixa de música onde dançamos os dois a sós 

 

Deambulo por entre os escombros da solidão

Os mesmos escombros onde gostava de consumar esta paixão 

De mãos dadas observando o luar

E eu hipnotizado no teu olhar

Desejos reprimidos que não consigo exprimir

Dos teus lábios ousar beijar

De no teu corpo o meu corpo entrelaçar 

 

Vagueio mais um pouco contigo no pensamento 

E no horizonte parece-me ouvir a tua voz

Mera ilusão perdida naquele momento

Onde o tempo pára e o coração bate veloz

De me perder no teu abraço

Quebrar todos os nós, envolver-te com um laço

De amor, de união

Dedos entrelaçados despertando a paixão

Caricias no rosto, beijo no pescoço

Pele arrepiada, corpo a estremecer

Mais um pouco e os meus lábios encontram o centro do prazer

Pensamentos divagantes por caminhos errantes

Feitiço da lua que me guia na escuridão

E hoje, só queria viver contigo esta paixão

Lua

09.09.22, MM

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Hoje queria-te assim, nua

De alma despida, enfeitiçada pela lua

Caminhando passo a passo sobre finas areias

Até  mim

Mergulhando no mar dos meus lençóis

Lentamente, libidinosamente, emaranhada nas minhas teias

Toques suaves em carícias de cetim 

Atração,  sedução,  corpo ardendo de paixão

Ofegante respiração, tesão 

Eloquências,  turbulências 

Orgásmicas luminescências

Êxtase total

Recriação animal

 

Hoje queria-te assim, nua

Poderosa Artemisa, dona da lua

Sensual Afrodite seduzindo o intimo do meu ser

Perdido no canto de sereias que me faz enlouquecer

Assim perco-me eu por ti

Neste pulsar que habita dentro dentro de mim

De te possuir assim

Numa cama feita de pétalas perfumadas

Ir ao fundo em ti em fantasias desejadas

Fluidos trocados entre corpos entrelaçados

Lábios que atingem lugares nunca antes explorados

Almas que se tocam numa lírica estonteante

Escrita num conto de fadas apaixonante

Cansei-me

03.09.22, MM

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Cansei-me de histórias antigas em enredos viciados, 

Promessas perdidas em destinos não traçados 

Lembranças do que podia ter sido mas nunca aconteceu

Química forte que um dia esmoreceu

 

Cansei-me de quem passa o tempo a adiar

"É para próxima que hoje não vai dar"

"Vai com calma que um dia vai acontecer"

Mas o tempo passa e apenas eu fico a perder

 

Cansei-me de quem fica no limbo do meu ser

Sem saber se quer entrar ou desaparecer 

Indecisões escritas em mensagens codificadas

Ilusões cósmicas em estrelas desalinhadas

 

Cansei-me de quem quer viver o momento mas o vive comigo 

De quem foge da minha aura porque sou um "perigo"

Sussurram que sou real demais para ser verdade

Mas no desvanecer do dia, apenas existo eu, preso na saudade

 

Cansei-me dos signos e dos elementos astrais

Promessas vindouras de desejos carnais

Amor para toda a vida que ainda espero encontrar

Esperanças renascidas de me voltar a apaixonar!