Tudo começou com um encontro ocasional naquele supermercado, onde outrora nos tinhas encontrado tantas outras vezes. Coincidências ou destino traçado, é algo que nunca iremos descobrir. No entanto, ali estavas tu, à minha frente, sorriso rasgado e de brilho nos olhos, com um vestidinho curto de quem tinha vindo da praia ou talvez piscina, deixando-me automaticamente hipnotizado. Percebemos facilmente que ambos íamos comprar alguma coisa rápida para uma refeição solitária. Essa agradável coincidência, foi a dica perfeita para convidar-te para jantar. Reticente, ainda começaste por hesitar, com aquele não reticente dito com palavras, mas que nos olhos e no tímido sorriso queriam dizer sim. Fizeste questão de esclarecer que era apenas um simples jantar, e no entanto, no teu olhar, deixava transparecer uma certa malícia e o desejo de algo mais. Naquele momento acontecia magia e eu tinha que tomar conta das rédeas do destino. Ainda pensei em levar comida já pronta, mas em mim fervilhava o desejo de provares os sabores degustativos que das minhas mãos mágicas conseguem transformar simples pratos, em refeições divinais. Assim esperava eu. Sem muito por onde escolher, lembrei-me de uma receita simples mas vistosa de ir ao forno, o que permitia desfrutarmos alegremente de um aperitivo enquanto o meu manjar dos deuses ficava pronto.
Chegamos a minha casa e meti mãos à obra. Disseste firmemente que queria ajudar e perante a tua insistência acabei por concordar. No entanto coloquei-te um desafio: “o que fizeres com o frango eu vou-te fazer a ti!”
Sorriste com aquele olhar maroto tão teu, enquanto mordiscavas o lábio. No fundo sabias que daquele momento apenas podiam surgir momentos relacionados com erotismo. Conhecias-me bem demais, e mesmo assim não hesitaste em concordar.
Comecei por te dizer que a receita chamava-se “frango sentado”. Ficaste curiosa e com aquele sorriso tímido que só tu sabes fazer, estando ansiosa por seguir as minhas instruções. Pedi-te para colocar numa tigela azeite, alho, pimenta, piri-piri, sal, pimentão doce, limão, ervas aromáticas e uma pitada de gengibre, sussurrando-te ao ouvido que era afrodisíaco, e que tu fizeste questão de deitar bastante.
Enquanto misturavas tudo, preparei as bebidas cuidadosamente decoradas, coloquei aquela música tão nossa a tocar e encostei-me a ti entregando-te o copo. Todo o meu ser estremecia ao sentir o calor do teu corpo, de ter os teus lábios tão perto dos meus. Fizemos um brinde e degustámos um pouco olhando-nos sempre nos olhos. Coloquei o braço por trás da tua cintura e puxei-te para mim, roubando-te um beijo. Respondeste arrebatando o meu fôlego num beijo intenso, apaixonado, carregado de paixão, afastando-me depois. “Vamos acabar de temperar o frango?”. “Claro que sim!” pensava eu maliciosamente nas coisas prazerosas que contigo desejava fazer.
Querias usar o pincel, mas disse-te que o segredo era temperá-lo com as mãos. Untaste bem as mão e quando começaste a tempera-lo. Sentiste o teu pescoço a ser invadido pelos meus lábios, que o beijavam sorrateiramente causando-te arrepios e fazendo-te parar o que estavas a fazer. Pedi-te para continuares a espalhar a mistura por todo o frango, enquanto isso, eu percorria o teu corpo conforme a zona por onde o temperavas. Percebendo isso, ias temperando-o sorrateiramente, levando as minhas mãos para os sítios onde mais desejavas seres tocada. Começaste pelo pescoço, descendo até ao teu peito e aí ficaste por momentos enquanto as minha mãos sentiam os teus mamilos extremamente excitados e a tua respiração ofegante. Dançávamos eloquentemente ao som de músicas badaladas, corpos que se entrelaçavam e se encaixavam em desejos ardentes e enquanto isso, temperavas avidamente o frango enquanto as minhas levantavam o vestido e exploravam zonas outrora proibidas, sem nunca os meus lábios deixarem o teu pescoço, a nuca, as sensíveis orelhas ou os ardentes lábios. Sentias o volume do meu corpo encostado a ti e sorrias. Sabias que eu estava excitado e mesmo assim provocavas cada vez mais. Por fim disse-te que também o tinhas que temperar por dentro, e ao fazeres isso sentiste as minhas mãos a invadir a tua intimidade, o teu segredo, que tanto desejavas que fosse explorada. Sussurrei-te ao ouvido para continuares a temperar mas neste momento já estavas mais interessada que eu explorasse as tuas zonas sensíveis, que ao meu toque libertavas gemidos sentidos por entre contrações do teu corpo, e eu, cada vez sentia-me mais excitado e desejoso de te possuir nos meus braços, de te ter entranhado no meu corpo o teu corpo perfumado, carregado de desejos proibidos.
Já com o frango bem temperado, abri uma garrafa de cerveja e pedi-te para a colocares dentro do frango, enfiando-a por baixo até sair por cima. Estranhaste mas foste seguindo as minhas instruções. Com o frango na mão e em pé, foste inserindo lentamente a garrafa por baixo. Nessa altura estremeceste e gemeste, libertando um enorme gemido de prazer. Perguntei-te se queria que eu parasse e acabasse a receita, mas não querias que eu parasse e pediste para continuar, enfiando a garrafa todinha nas entranhas do frango até ver o gargalo por cima, enquanto isso, gemias e contorcias-te de tanto prazer, sentindo-te possuída e desejada. Pousaste o frango e colocaste as mãos em cima da banca, inclinando-te de forma absorveres melhor o meu corpo dentro de ti. E assim ficámos por alguns momentos, apenas sentindo o corpo um do outro em beijos cada vez mais eloquentes, mais excitados. Por fim, revelei-te o grande segredo, uns ramos de salsa e colocar umas pedrinhas de sal dentro da garrafa da cerveja, altura em pudeste vir ao vivo a espuma que ela deitava, babando e temperando todo o pito à sua volta, abrindo mais o apetite.
Já com tudo preparado, pedi-te para te baixares e colocá-lo com muito jeitinho dentro do forno para o frango não desmaiar. Voltaste para mim em beijos ardentes e apaixonados, perguntaste o que íamos fazer enquanto o frango assava. Tudo em mim vibrava, o corpo, a alma, o coração, num misto de desejo de te amar e de te possuir. Afinal ainda tínhamos quase uma hora pela frente. Sem hesitar, respondi-te com muita malícia, que os aperitivos sempre foram dos meus maiores prazeres da vida, e que uma das minhas especialidades era dar à língua. Foi uma “conversa” muito interessante até o frango estar pronto!
“Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.”
Nota: A garrafa pode ir ao forno que não acontece nada!