Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Liberdade

30.01.21, MM

liberdade cópia.jpg

Desperto em mim silêncios à muito adormecidos

Embalados na trágica melodia do quotidiano

Correrias que acabam por afogar os sentidos

Vagueando num qualquer centro urbano



Hoje dei liberdade aos pensamentos da alma

Doces memórias que me devolvem a calma

Extravagâncias nos tempos modernos

Mergulhados em longos invernos

Aprisionados nos próprios infernos

 

Olhando o horizonte ouço a consciência

Que me fala de lugares inimagináveis

Águas cristalinas em luminescência

Protegidas por segredos infindáveis

Convidando-me a entrar, libertar

Quebrar o elo ao mundano

Que não me deixa respirar

 

Hoje abro os braços ao vento

Perder-me nos encantamentos do tempo

Sentir na brisa aquele abraço

Que desata o nó, que vira laço

Que me aqueça a alma e o coração

Que me abraça forte e com emoção

 

pensamentos II

partir...

25.01.21, MM

MM partir cópia.jpg

Já fui mar… hoje sou maresia

Nevoeiro serrado na tempestade

Vivo refugiado na minha poesia

Que te encantou um dia

Mas que hoje mora na saudade

 

Já fui sedução… o eleito do teu coração

Hoje sou apenas ilusão, desilusão

Sabor amargo do fruto da paixão

 

Já não esvoaçam borboletas no meu jardim

Nem invado os teus sonhos em lençóis de cetim

Já não trocamos mensagem de fazer as estrelas corar

Em juras de amor de para sempre te amar

 

Hoje parto no meu caminho sem olhar para trás

Sem pôr-do-sol de mãos dadas a observar o mar

Memórias perdidas naquele nosso abraços

Em que os lábios estiveram tão perto de se beijar

Em que tudo podia ter sido um sonho de encantar

 

Poesia XVI- Musa de Inspiração

Encontro . parte 1

24.01.21, MM
  •  
  •  
  • MM encontro cópia.jpg

  • Bom dia menina bonita! Por acaso estou a passar pela tua zona… podíamos beber aquele café que estamos sempre a adiar!

Foi desta forma que arrisquei aquele encontro que à muito tempo ansiava. A minha timidez nem sempre deixou lugar para a coragem avançar e desta vez, com um pouco de malícia à mistura, decidi arriscar. Claro que não era fruto do acaso estar naquele lugar e muito menos aquela hora, e isso deixava-me ainda mais nervoso.  

O palpitar do coração na ânsia de te ver deu lugar à alegria, quando os meus olhos cruzaram os teus. Estavas linda como sempre, de sorriso encantador que transportava-me imediatamente para outros universos, no desejo ardente dos teus lábios beijar. O cumprimentar acontecia sempre com aqueles dois beijos dados bem no limite dos lábios, que me permitiam sonhar com o sabor da tua boca. Em seguida trocávamos olhares cúmplices, roçando a inocência mas onde fervilham desejos encobertos, terminando naquele quente abraço onde fingias não perceber que me encostava bem ao teu peito, sentindo o calor emanado teu corpo quente, provocando em ti também reações que percorria todo o teu corpo, o teu ser, o teu desejo,  fazendo sobressair as saliências do teu peito, que eu fingia não perceber e que tu, meio envergonhada, cruzavas os braços tentando esconder. E mais uma vez hipnotizando-me com o teu tímido sorriso, que me deixava estonteante, que me deixava extasiado.   

A conversa fluía descontraidamente tal como acontecera tantas outras vezes em tantos outros lugares. Entre palavras ditas ao acaso, arranjava sempre forma de incluir algum piropo só para te ver corar, só para ver o mordiscar do teu lábio escondendo o sorriso maroto, que provocavas sabendo antecipadamente que eu não conseguia desviar o olhar. 

Fomos interrompidos sob o aviso que teríamos que abandonar o lugar. Já passava da hora de regressar a casa, e fui avisado que as estradas já estavam cortadas. Tentei disfarçar que nem tinha dado pelo tempo passar ou do conhecimento antecipado do corte das estradas, mas o rosto corado e a voz trémula denunciaram-me de imediato. Levantaste-te como se tivesses caído numa cilada e saíste deambulando furiosamente, fingindo indignada pela minha malícia. Viraste-te e viste-me perplexo a olhar para ti sem conseguir reagir. Segues mais um pouco desta vez sensualmente, paraste novamente e com um enorme sorriso questionas-me: 

  • vens até minha casa e  preparas-me o almoço ou vais procurar um hotel?”

Sorri, respirei fundo e segui na tua direção. Por momentos pensei que te tinha perdido perante a minha ousadia. Abracei-te forte e levantei-te para a minha cintura e após uma última troca de olhares, ousei colar os meus lábios aos teus, num beijo intenso, ardente, apaixonante, sufocados em desejos outrora reprimidos. Pousei-te suavemente, fazendo passar as minhas mãos sorrateiramente pelo teu corpo arrepiado, perante o meu corpo extremamente excitado. De seguida, sussurrei-te ao ouvido: “vamos comer”

Sorriste com aquele sorriso que só tu sabes fazer e seguimos de mãos dadas, feito dois adolescentes, trocando as mais belas palavras de amor, excertos de frases batidas às quais riamos de tão pirosas que eram, mas que nos fazia sentir tão bem.

 

Fantasias eróticas II - parte I

Cumplicidade

23.01.21, MM

MM cumplicidade cópia.jpg

 

Nem tudo na minha vida é poesia

Prosas ou histórias de encantar

Nem tudo é pôr-do-sol ou maresia

Ou serenatas em noites de luar

Nem sempre as ninfas me vêm inspirar

Ou Poseidon surge para me salvar

 

Mas há coisas que me deixam a pensar

Nas pessoas que cruzamos sem querer

Que no íntimo nos fazem perceber

As complexas teias da cumplicidade

Que logo nas primeiras palavras criam afinidade



Talvez existam almas gémas de verdade

Pessoas que nos desnudam na intimidade

Que mesmo sem tirar a roupa, sem nos tocar

Tocam-nos a alma, fazem.nos acreditar

Que os sonhos são possíveis de realizar

Talvez se torne numa história de encantar

Talvez a noite acabe numa serenata ao luar...

 

Poesia XV - Musa de Inspiração

Sonhos proibidos

21.01.21, MM

sonhos proibidos cópia.jpg

Teus lábios adormecidos

Que os meus desejam despertar

São sonhos proibidos

São segredos escondidos

Revelados numa noite ao luar

 

Mas hoje a chuva cai, incessantemente

O meu olhar já não te atrai, perdidamente

Sou apenas uma alma perdida na eloquência

Voando nas asas do destino, clandestino

Sentindo a tua ausência, sem essência

Em caminhos trilhados no meu desatino

 

Fecho os olhos e invoco o tua presença

Mistérios ocultos que quero desvendar

Talvez amar-te seja a minha sentença

Por as leis do universo ousar desafiar

Ou talvez seja a hora de te deixar partir

Não de desistir, mas de permitir

Que nossas vidas possam avançar

De um novo amor poder encontrar

 

Mas será que ele vai aparecer?

Será que te vou conseguir esquecer?

 

Poesia XIV - Musa de Inspiração

Amanhecer

17.01.21, MM

MM alvorada cópia.jpg

 

A alvorada é incessantemente um acontecimento maravilhoso, inspirador e por vezes transcendental. Não significa necessariamente que a noite também não o seja, mas o amanhecer traz uma magia cintilante, resplandecente, fazendo despertar sentidos adormecidos pelo cansaço.

Quando os primeiros raios de sol invadem a casa, já à muito a minha alma pressentira a sua chegada. Preparou-se minuciosamente para o seu aparecimento, abrindo todas as portas e  janelas, permitindo a entrada da luz, intensa, brilhante, vibrante e quem sabe, trazendo mensagens cósmicas, reflexos retidos de outros universos, ou talvez traga apenas esperanças renovadas, novos alentos, novas inspirações.

Quase em estado de transe, desloco-me para a varanda, observando no horizonte o despertar dos primeiros raios de sol. Todos os meus sentidos despertam em simultâneo, desejando absorver toda a energia projetada pelo astro-rei.  Os olhos, afastando qualquer ruído visual, concentram-se naquele momento tão especial,  gravando na memória aquela imagem do mágico amanhecer em tons avermelhados.  Encerro os olhos e inspiro profundamente, sentindo os aromas do campo a invadir as narinas bem apuradas, trazendo-me à  memória o gosto da fruta fresca, acabada de colher, que deliciam as pupilas gustativas. O chilrear dos pássaros torna-se a banda sonora perfeita em melodias de encantar e a suave brisa que paira no ar, traz-me um pouco de calor que velozmente entranha-se na pele em arrepios que cobrem todo o corpo . 

O meu amanhecer é isto, uma orquestra de sentidos numa sinfonia perfeita em harmonia com a Natureza, escrita numa pauta musical na qual eu sou o autor, tornando-me timoneiro do meu próprio destino, escrito nas linhas do Universo.

 

pensamentos

Fragmentos

03.01.21, MM

MM mensagens cópia.jpg

Não sei se é o princípio do fim ou o fim de um princípio que nunca chegou a acontecer… não aconteceu? Como dizer que algo não aconteceu se foi vivido intensamente em cada momento partilhado, em cada sentimento embrenhado desejando ser libertado?

Como esquecer o teu olhar, a tua forma de estar… como esquecer este desejo de amar… de te amar…

Que forças cósmicas terei que desafiar para compreender esta nossa estranha forma de amar? Que viagem no tempo terei que efetuar para perceber o que realmente aconteceu para que nada viesse a acontecer? Terá o universo desistido de nós? Ou simplesmente terei hesitado quando devia ter arriscado…

Sinto-me fragmentado de alma vazia envolto em maresia… ou talvez já nem me sinta… 

Encruzilhadas de uma vida vivida num amor proibido, intenso, apaixonante, em memórias de tardes de verão, de desejo e paixão, de mensagens escritas com o coração...

Talvez tenha mesmo que te libertar… mas será que queres ser libertada?

 

Devaneios

Ano Novo!

01.01.21, MM

MM ano novo cópia.jpg

Que seja um ano de loucos poetas

De sentimentos desvairados, alucinados

Embriagados em segredos por desvendar

Histórias de amor e de paixões secretas

De inspiração, sedução, de sentir na pele aquela sensação

Eloquências permitidas em mentes abertas

Que deixam a escrita fluir, emergir

Palavras soltas, doidas varridas

Deambulando por zonas proibidas

Percorrendo suavemente as entrelinhas

E em terreno fértil deixando suas grainhas

 

Que seja um ano extravasado

Proeminente e de devaneação

Prosperidade e de leviandade 

Sensualidades vindas do coração

Vivências felizes em aliterações,

Anáforas, metáforas, e outras comparações

Poesia livre, prosa estonteante

Métricas perdidas vivenciadas num “slow”

Divagações aleatórias ritmadas num “flow”

Que se dê asas à criatividade

Que se preserve a bondade

Que tudo seja expressividade

 

Um bom ano de 2021!

 

Poesia solta III