Foi desta forma que arrisquei aquele encontro que à muito tempo ansiava. A minha timidez nem sempre deixou lugar para a coragem avançar e desta vez, com um pouco de malícia à mistura, decidi arriscar. Claro que não era fruto do acaso estar naquele lugar e muito menos aquela hora, e isso deixava-me ainda mais nervoso.
O palpitar do coração na ânsia de te ver deu lugar à alegria, quando os meus olhos cruzaram os teus. Estavas linda como sempre, de sorriso encantador que transportava-me imediatamente para outros universos, no desejo ardente dos teus lábios beijar. O cumprimentar acontecia sempre com aqueles dois beijos dados bem no limite dos lábios, que me permitiam sonhar com o sabor da tua boca. Em seguida trocávamos olhares cúmplices, roçando a inocência mas onde fervilham desejos encobertos, terminando naquele quente abraço onde fingias não perceber que me encostava bem ao teu peito, sentindo o calor emanado teu corpo quente, provocando em ti também reações que percorria todo o teu corpo, o teu ser, o teu desejo, fazendo sobressair as saliências do teu peito, que eu fingia não perceber e que tu, meio envergonhada, cruzavas os braços tentando esconder. E mais uma vez hipnotizando-me com o teu tímido sorriso, que me deixava estonteante, que me deixava extasiado.
A conversa fluía descontraidamente tal como acontecera tantas outras vezes em tantos outros lugares. Entre palavras ditas ao acaso, arranjava sempre forma de incluir algum piropo só para te ver corar, só para ver o mordiscar do teu lábio escondendo o sorriso maroto, que provocavas sabendo antecipadamente que eu não conseguia desviar o olhar.
Fomos interrompidos sob o aviso que teríamos que abandonar o lugar. Já passava da hora de regressar a casa, e fui avisado que as estradas já estavam cortadas. Tentei disfarçar que nem tinha dado pelo tempo passar ou do conhecimento antecipado do corte das estradas, mas o rosto corado e a voz trémula denunciaram-me de imediato. Levantaste-te como se tivesses caído numa cilada e saíste deambulando furiosamente, fingindo indignada pela minha malícia. Viraste-te e viste-me perplexo a olhar para ti sem conseguir reagir. Segues mais um pouco desta vez sensualmente, paraste novamente e com um enorme sorriso questionas-me:
- vens até minha casa e preparas-me o almoço ou vais procurar um hotel?”
Sorri, respirei fundo e segui na tua direção. Por momentos pensei que te tinha perdido perante a minha ousadia. Abracei-te forte e levantei-te para a minha cintura e após uma última troca de olhares, ousei colar os meus lábios aos teus, num beijo intenso, ardente, apaixonante, sufocados em desejos outrora reprimidos. Pousei-te suavemente, fazendo passar as minhas mãos sorrateiramente pelo teu corpo arrepiado, perante o meu corpo extremamente excitado. De seguida, sussurrei-te ao ouvido: “vamos comer”
Sorriste com aquele sorriso que só tu sabes fazer e seguimos de mãos dadas, feito dois adolescentes, trocando as mais belas palavras de amor, excertos de frases batidas às quais riamos de tão pirosas que eram, mas que nos fazia sentir tão bem.
Fantasias eróticas II - parte I