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Fragmentos de Miguel Moreno

recordações, paixões, aventuras de quem já viajou por todo o país... a vida é bela

Palavras presas

31.10.20, MM

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Invoco palavras há muito sepultadas

Que nos confins dos tempos ficaram cravadas

Encerradas por causarem tanto sofrimento

Enclausuradas para não causarem arrependimento

 

Percorro o universo de alma vazia

Mergulho no oceano triste e profundo

Tudo porque um dia ousaste dizer

Que o nosso amor não podia ser deste mundo

 

Desliza para mim meu amor, vem voar nas asas da felicidade

Romper as amarras da castidade

Contemplar nossas almas embebidas em corpos arrepiados

Não de frio, não de calor, apenas por puro prazer

Lábios que se querem beijar, abençoados pelas estrelas e pelo mar

Mãos que se entrelaçam, que se abraçam

Que te amam desse teu jeito de ser

Que te querem junto ao meu peito sentindo-te adormecer

Sou eu… sou eu…

Que invoco de novo o verbo amar!

 

Poesia VI - Musa de Inspiração

Miragem

28.10.20, MM

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Observo o horizonte, vejo uma miragem

Na minha cabeça apenas vejo a tua imagem

Pego a estrada sem rumo, sem destino

Pensava eu… 

Mas era uma desculpa para o meu desatino

“Inconscientemente” sigo o rumo para ver o mar…

Àquele por do sol que um dia te prometi levar

Que te jurei que seria lá te iria amar…

 

Sozinho na areia pressinto-te chegar

Minha princesa, meu anjo, meu desejo

Vejo-te e sem hesitar enlouqueço-te com um beijo

Profundo e intenso

Fruto deste amor imenso

Sentimento que nós é partilhado

Neste nosso amor proibido

Neste sentimento puro e profundo

Em que apenas as almas se ousam tocar

Em que apenas os corações se ousam amar

 

Queria apenas sentir o teu abraço 

Queria apenas ver o teu tímido sorriso

Queria apenas que este nó virasse laço 

Queria que soubesses que és tudo o que preciso

Queria apenas esta noite perder o juízo...

 

Poesia V - Musa de Inspiração

Tua imagem

18.10.20, MM

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Contemplo a tua imagem numa tela, numa pintura 

Amor platónico dividido entre a felicidade e a amargura

Um sonho sonhado mas nunca realizado 

Um desejo ardente que nunca se tornou permanente

 

Toco suavemente o teu rosto no meu imaginário

Tentando alcançar o teu corpo, a tua alma, o teu coração

Mas sou apenas um peixe preso num aquário

Ave de rapina encalhado no seu estuário 

Memória de um tempo passado… trespassado…

Ser inanimado sem qualquer reação

 

Tento tocar-te… mas és apenas miragem

Tento sentir-te… mas apenas sinto a aragem

Tento abraçar-te… mas és apenas nevoeiro

Queria trazer-te para mim… mas não sou feiticeiro...

 

Poesia IV - Musa de Inspiração

 

Copo de Vinho

10.10.20, MM

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Degusto no silêncio da alma o meu copo de vinho,

Invadindo este meu corpo dormente, quente, ardente,

Vivendo no secreto desejo de invadir o teu caminho,

De percorrer o teu corpo calmamente, eloquentemente...

 

Já embebido no sonho profundo eu te contemplo,

Nesse teu singelo sorriso que me hipnotiza,

Que me faz corar, que me desestabiliza,

Que me faz viajar entre as montanhas e o mar,

De correr de mãos dadas pelos campos sem parar,

De conseguir paralisar o tempo nesta ânsia te amar,

De apenas me perder no desejo do teu beijo...

Que há tanto tempo almejo...

 

Quem me dera que o efeito do vinho nunca pudesse acabar

Quem me dera tornar este sonho em realidade

Quem me dera que em mim tu descobrisses a felicidade...

 

Poesia III - Musa de Inspiração

Alvorada

10.10.20, MM

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Ao fundo observo a alvorada a querer romper

Sentindo no rosto a fresca brisa matinal

Que me invade a alma e me faz absorver

Esta ânsia de querer viver

De querer te ver

 

Ouço atentamente os chilrear dos pássaros

Cochichos de quem sabe do que são feitos os sonhos

Talvez tragam até mim notícias da pessoa amada

Quem sabe até o cheiro da tua almofada

Um pouco do teu calor, do teu aconchego, do teu amor

 

Mas o sol já rompe a madrugada

As sombras já deixaram a floresta encantada

A brisa fresca virou ar quente

E a minha alma ficou dormente

os pássaros deixaram de cochichar

E não me chegaram contar 

Do teu suave despertar…

 

Amanhã venho mais cedo… prometo!

 

Poesia II - Musa de Inspiração

 

 

O que é feito de nós?

05.10.20, MM

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Não sei o que mais feito de nós

Já nem sequer ouço a tua voz

O tempo que passou parece uma eternidade

E eu continuo aqui preso à saudade

 

Será que ainda ouves as mesmas músicas

Será que ainda sentes cada palavra entranhada no coração

Cada poema como uma invasão

Será que ainda fechas os olhos quando ouves o nosso refrão

Será que as minhas palavras ainda te tocam a alma

E a imagem do meu sorriso ainda te acalma

 

Será que ainda desejas o meu beijo de forma ardente

Será que sou apenas mais uma lembrança dormente

Será que esqueceste a minha imagem

Passando a ser apenas uma mera miragem

De um tempo perdido no passado

Levado por um cavalo alado

 

O que é feito nós...

 

Poesia I - Musa de Inspiração